Luz, câmera...

Andradina é palco para a gravação de longa-metragem luso-brasileiro

Por Lauro Sampaio | Da Redação/Araçatuba
| Tempo de leitura: 4 min
Divulgação
Gravação do filme 'O Tubérculo' em Andradina; produção ainda terá filmagens na França e em Portugal
Gravação do filme 'O Tubérculo' em Andradina; produção ainda terá filmagens na França e em Portugal

A cidade deAndradina, que já inspirou um clássico da moda de viola e uma novela sobre o mesmo tema - "Rei do Gado" - , volta a ser inspiração para uma grande produção cultural. Na última semana, o município da região de Araçatuba foi a locação da gravação de um longa-metragem, uma produção luso-brasileira que atiçou a curiosidade de muita gente.

"O Tubérculo", uma produção da Fratura Filmes, é a primeira obra rodada em Andradina e ainda terá filmagens na França e em Portugal. Foram captadas imagens com os personagens, que poderão ser vistos pelas ruas andradinenses em uma história focalizada em seu tempo atual.

A Fratura Filmes é uma produtora sediada em São Paulo. Desde 2009, investe em projetos que abordam o amor e o afeto através de uma forte exploração da linguagem cinematográfica. Suas produções já foram exibidas em renomados festivais como FIDMarseille, Rotterdam Film Festival, Visions du Réel, Rencontres de Toulouse, São Paulo Int’ FF, Janela Internacional e Queer Lisboa.

Com foco em obras de baixo orçamento e visibilidade em renomados festivais, a Fratura Filmes é dirigida por Julia Bogochvol, produtora executiva, e Lucas Camargo de Barros, produtor e diretor.

O filme é uma obra do cineasta andradinense Lucas Camargo de Barros, que, ao lado de Nicolas Thomé Zetune, estrearam em 2018 no renomado festival FIDMarseille (França) com seu primeiro longa-metragem, “O Pequeno Mal” (2018).

Agora, com o novo projeto filmado em solo andradinense, retomam a parceria. O projeto, em desenvolvimento há mais de 5 anos, teve sua última residência de escrita em Lisboa durante o Cinecerca, contando com a consultoria do importante realizador português João Pedro Rodrigues (“O Ornitólogo”).

O filme

Na história em tela, Gustavo deixou sua pequena cidade natal aos 15 anos e foi viver em Lisboa. Quando sua avó morre, ele é obrigado a voltar à sua cidade natal no Brasil. O retorno para casa, depois de tantos anos, ressuscita amores e lembranças. Em meio a uma doença hereditária rara que aflige sua mente e coração, ele vai precisar reencontrar suas raízes e ser feliz na cidade onde nasceu.

Em botânica, tubérculo se refere ao caule arredondado que algumas plantas desenvolvem  embaixo da terra como órgãos de reserva de energia. Em “O Tubérculo”, essa energia vem justamente na cidade natal do protagonista.

Criado e escrito por Lucas Camargo de Barros, andradinense, e co-dirigido com Nicolas Thomé Zetune, este é um filme de longa-metragem de ficção independente que tem Andradina como palco de uma história de volta para casa. Para além da narrativa ficcional, este é também um filme que documenta o presente da cidade e é um registro das intensas transformações dos últimos anos.

O filme atravessa as ruas da cidade e mistura realidade e ficção. O protagonista, vivido por Gustavo Casabona (peça “O Mistério de Irma Vap”), tem à sua volta residentes da cidade que enriquecem a trama misturando vida real e ficção.

É um filme feito entre amigos e contou com a participação de Tokinha (Wagner Neves da Silva), Maurício Ramos e Maria Marlene de Souza Moreira, Sandra Camargo de Barros, Dagmar Caldas, Sara Brito, além de contar participações de locais, amigos ou familiares da equipe.

A produção

O projeto foi filmado em um esquema de nano-budget (baixo orçamento), portanto, um orçamento extremamente limitado. Durante oito dias intensos, a equipe de dez pessoas e quatro atores passou por diversos lugares de Andradina, como o cemitério, o Acqualinda, a antiga e icônica casa do Seu Deoclécio, a Igreja, avenida Guanabara, o Bar do Elton, entre outros locais, mostrando assim a cidade a partir da narrativa do filme.

A equipe, composta por Andradinenses, Araçatubenses, Limeirenses, entre outras naturalidades, ficou hospedada no Oeste Plaza entre os dias 02 e 10 de janeiro de 2023 e contou com o apoio de toda equipe do hotel.

Outra particularidade é que o longa-metragem foi filmado em película Super 8mm. Todo o processo de revelação, feito diariamente, ficou a cargo de Rodrigo Sousa e Sousa (Mundo em Foco/Lab.irinto), com assistência de Rafael Neri, ambos responsáveis pela direção de fotografia do projeto. Essa é uma característica marcante da produção, já que é o primeiro longa-metragem brasileiro em S8mm feito depois de 40 anos.

A previsão de estreia do filme em festivais é 2024, seguindo para as telas do cinema e, posteriormente, plataformas digitais.

As parcerias

Este é um filme que só pôde existir por conta das amizades e parcerias criadas durante uma vida toda. Lucas deixou a cidade aos 17 anos, mas sempre se sentia em casa quando voltava. E não foi diferente em seu primeiro projeto realizado em sua terra natal. Mas para além da rede de amigos de Lucas e sua família, a equipe toda foi abraçada neste projeto extremamente intimista.

"Em primeiro lugar, é de extrema importância mencionar a prefeitura de Andradina, pelo prefeito Dr. Mário Celso e pela assessoria de imprensa representada por Hugo Leonardo, cujo apoio, prestatividade e confiança no filme possibilitaram tanto a estadia da equipe na cidade quanto o acesso às diversas locações, públicas e privadas", diz Lucas.

O autor destacou o apoio que recebeu para as locações."Toda a equipe hoteleira, do Wakanda Resort e Oeste Plaza, encabeçada por Juliana Placco, foi essencial e provou, mais uma vez, a capacidade do município em receber eventos e turistas das mais diversas naturezas. Quando filmamos fora de nosso lar, é importante encontrar conforto para encarar as longas horas de filmagem e assim aconteceu graças a esse apoio."

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