Projeto é visto como uma tentativa de aumentar a popularidade do presidente Jair Bolsonaro às vésperas das eleições
A aprovação do texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) “Kamikaze", na noite de anteontem na Câmara Federal, teve amplo apoio entre os deputados federais eleitos mais votados em Araçatuba nas últimas eleições. A reportagem da Folha da Região apurou que sete entre os dez parlamentares com maior número de votos na cidade foram favoráveis à medida que concede uma série de benefícios sociais às vésperas da eleição e decreta estado de emergência no País. Dois foram contrários e um se absteve. A proposta é vista como um esforço para aumentar a popularidade do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas vésperas da eleição.
O texto prevê, como medida de enfrentamento da alta nos preços dos combustíveis, a criação de um estado de emergência, onde o governo passa a contar com flexibilidade fiscal para aumentar o valor de programas sociais como o Auxílio Brasil e o Vale Gás, bem como para criar um auxílio de R$ 1 mil para caminhoneiros. O custo do pacote é de R$ 41,25 bilhões fora do teto de gastos – a regra que limita o crescimento das despesas do governo à variação da inflação do ano anterior. Os benefícios são válidos até o fim deste ano.
Eduardo Bolsonaro (PL), que foi o eleito com mais votos em Araçatuba - 9.133, no total – foi favorável à medida. Ele foi acompanhado por Fausto Pinato (PP) - 2.509 votos; Capitão Augusto (PL) - 2.254 votos; Pastor Marcos Feliciano (PL) - 1.335 votos; Celso Russomanno (Republicanos) - 1.328 votos; Milton Vieira (Republicano) - 1.205 votos, e Guilherme Mussi (PP) - 1.150 votos.

Foram contrários os deputados Joice Hasselmann (PSDB), que obteve 6.807 votos na cidade e Kim Kataguiri (União Brasil), que recebeu 1.461 votos araçatubenses. Não votou o décimo mais votado, Tiririca (PL), que foi escolhido por 1.102 votos na cidade.
Esse aumento é proibido na atual legislação durante o período eleitoral, e tem previsão para durar até novembro: exatamente o mês em que ocorre o segundo turno das eleições. A sincronia de datas e a possibilidade de ganho eleitoral a partir dos auxílios atraiu críticas da oposição, que considera a proposta como uma política do governo para melhorar o desempenho do presidente Jair Bolsonaro nas pesquisas e, consequentemente, no pleito.
Mesmo diante das críticas à PEC, todos os partidos de oposição orientaram a favor nos dois turnos, alegando haver urgência no aumento desses auxílios diante dos elevados índices de insegurança alimentar no Brasil. Nos destaques, tentaram derrubar sem sucesso o trecho que cria o estado de emergência. O único partido que orientou contra o projeto foi o Novo, e o Avante se absteve.
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