Especialistas consideram o lançamento do primeiro filme um marco na indústria cinematográfica, pois a saga inaugurou o início da era dos “blockbusters”, ou seja, produções do cinema que fazem sucesso nas telonas e fora delas, se desdobrando em linhas de produtos e elementos do gênero.

Na sequência, os próximos dois lançamentos formaram a trilogia do trio que encanta os amantes de Guerra nas Estrelas até hoje: Luke Skywalker, Han Solo e Princesa Leia.

“O Império Contra-Ataca” e “O Retorno de Jedi” estrearam com intervalo de três anos entre um e outro, o que colaborou para que a história fosse trabalhada de diversas formas, tanto na divulgação quanto na consolidação do enredo.

Na saga, os três personagens lutam pela Aliança Rebelde para derrubar o tirano Império Galáctico, ao mesmo tempo em que ocorre a jornada de Luke para se tornar um cavaleiro Jedi e lutar contra Darth Vader, um ex-Jedi que se rendeu ao lado sombrio da força.

Não precisou de muito para que a história se consolidasse como uma das preferidas entre o público. No entanto, somente 16 anos depois do lançamento do terceiro filme que uma nova obra do universo chegou aos cinemas.

Seguindo a mesma estratégia utilizada anos antes, uma nova trilogia foi lançada, com “A Ameaça Fantasma” em 1999. Dessa vez, Anakin Skywalker tomava as telonas, com a história não contada antes: como ele se transformou em Darth Vader e como aconteceu a queda da Ordem Jedi e da República Galáctica, substituída pelo Império.

Na sequência, com intervalos de 3 anos entre cada filme, outras duas obras foram lançadas até 2005. Com opiniões divididas entre a crítica, que comparava a primeira trilogia com a segunda, o sucesso de bilheteria conseguiu se manter, a saga foi indicada a diversos prêmios, levando até um Oscar.

A animação “Star Wars: The Clone Wars” veio ao mundo em 2008, como um spin-off para a animação que seria lançada um pouco depois. Esse foi o ano em que a soma das bilheterias da franquia foi divulgada, e o valor espantou o mundo todo: aproximadamente 4,41 bilhões de dólares.

Após a estreia do sétimo episódio da série, o valor alcançou a casa dos 7 bilhões. A saga só fica atrás das bilheterias do Universo Marvel e do Mundo Bruxo de J.K Rowling, que envolvem as franquias de Harry Potter e Animais Fantásticos.

No entanto, Star Wars ostenta o título de maior franquia da história do cinema, com a soma dos filmes e produtos equivalente a mais de 30 bilhões de dólares.

Desde 2012, a Disney se tornou detentora dos direitos da saga, após a compra da Lucasfilm. A partir desta data, todos os lançamentos pertencem à Walt Disney Produções.

Especialistas consideram o lançamento do primeiro filme um marco na indústria cinematográfica, pois a saga inaugurou o início da era dos “blockbusters”

FICÇÃO OU REALIDADE?

Desde 1977, quando foi lançado o primeiro título, Guerra nas Estrelas: Uma Nova Esperança, a saga cativou fãs ao redor do mundo por diversos motivos.

De acordo com o professor e especialista em História e Filosofia Paulo Soares Asalin, o cinema tem o poder de entreter, emocionar e informar o público ao mesmo tempo e por isso continua sendo um canal tão importante ao longo dos anos.

“O cinema é uma ferramenta importante pois consegue levar para a sociedade temas relevantes como História e Filosofia, por exemplo”, analisa.

“Como é o caso do clássico Star Wars, que traz debates e embates históricos ao alcance da população”, explica o professor.

Asalin e seu aluno João Luiz Amaral Castellani contam algumas curiosidades históricas presentes na saga Star Wars. Confira abaixo.

JEDI O nome jedi (jedai) é resultado da influência do diretor Akira Kurosawa, um dos mais renomados cineastas japoneses. Sua obra é dividida em dois gêneros: gendai-geki, que se passam no presente e jidai-geki, que são retratados no passado, sendo esse último, inspiração para que George Lucas nomeasse os Jedis dessa forma.

INSPIRAÇÃO A narrativa do primeiro “Guerra Nas Estrelas” conta a história do jovem Luke Skywalker, que se envolve em uma Guerra Civil Intergalática ao lado do piloto e contrabandista Han Solo e seu co-piloto Chewbacca.

O enredo foi inspirado no filme "A Fortaleza Escondida" de 1958, do diretor Akira Kurosawa, em que dois camponeses ajudam um mentor samurai e uma princesa a se livrar das forças imperiais adversárias.

VIETNÃ A Guerra dos Rebeldes contra o Império, que acontece no Episódio IV: Uma Nova Esperança retrata o furor de uma batalha desigual e relembra a Guerra do Vietnã, a qual acontecia enquanto o diretor escrevia o primeiro filme da franquia.

AUTORITARISMO O surgimento do Império Galáctico e a formação da Estrela da Morte, que ganharam força a partir da crescente ascensão de Darth Sidious, o imperador autoritário que transforma a República Galáctica em Império Galáctico.,

ROMA A organização e queda dessas instituições remete ao período em que viveu Júlio César, imperador romano que desempenhou papel fundamental na transição do modelo republicano para o Império Romano, como acontece no não tão aclamado "A Vingança dos Siths", com a ascensão de Palpatine e a queda da democracia.

NAZISMO A referência é clara nos uniformes dos oficiais da Estrela da Morte, diretamente inspirados nos uniformes nazistas, assim como as  cerimônias e momentos durante a saga que remetem ao documentário "O Triunfo da Vontade", da cineasta alemã Leni Riefenstahl.

RACISMO O Império e seus membros têm uma visão contraditória a respeito dos aliens. Para eles, são criaturas inferiores, que devem ser serventes ou escravos e não são bem vindos por serem diferentes.