Cultura

Os 80 anos do Rei

Por Redação |
| Tempo de leitura: 5 min
MARCA Em todos os shows, Roberto Carlos joga 180 rosas para a plateia.
MARCA Em todos os shows, Roberto Carlos joga 180 rosas para a plateia.

Bryan Belati

A música brasileira possui diversos ícones. Alguns deles já se foram, mas deixaram um legado que nunca se apagará. Outros, seguem construindo a própria trajetória, mesmo que pareça que não há mais nada a fazer. Mas há, e muito.

Como é o exemplo de Roberto Carlos, que completou 80 anos na última segunda-feira (19). O cantor que traz à tona "tantas emoções" naqueles que o ouvem e assistem, nesta semana comemora mais um ano de vida.

Hoje, Roberto carrega um título de peso na música, é chamado de "Rei". E como todo rei, ele também possui sua legião de súditos, das mais variadas idades e gerações. Mas você conhece a história do cantor? Sabe quais foram os feitos dele para a história da música nacional e internacional?

TRAJETÓRIA

Roberto Carlos Braga, seu nome de nascimento, nasceu na cidade de Cachoeiro de Itapemirim, no ano de 1941, em uma família de quatro irmãos, sendo ele o caçula.

Seu pai, Robertino Braga, era relojoeiro e sua mãe, Laura Moreira Braga, trabalhava com costura. Aos seis anos de idade, fraturou a perna direita enquanto brincava na linha do trem que ficava próxima à sua casa. O garoto teve que amputá-la e passar a usar uma prótese.

O interesse pela música surgiu por incentivo da mãe, que ensinou o menino a tocar violão. Foi Laura quem levou o garoto para se apresentar em uma rádio local do Espírito Santo, aos nove anos. Ele levou o primeiro lugar na competição.

Muito jovem, se mudou para o Rio de Janeiro na metade dos anos 1950, e passou a ter contato com novos ritmos musicais da época.

Iniciou sua carreira em 1960, quando a bossa nova e o samba-canção davam início ao movimento que depois ficou conhecido como MPB (Música Popular Brasileira).

As composições de Roberto tinham influências de diversos gêneros musicais, mas sempre caminhavam para um único caminho: o do rock. Ao lado do amigo Erasmo Carlos, também cantor e compositor, fundaram o primeiro movimento do rock no Brasil.

Mas foi se apresentando na televisão que o artista ganhou notoriedade, ao aparecer no programa "Jovem Guarda", da Record TV, ao lado de Erasmo e Wanderléa.

Além de inaugurarem o movimento do gênero no país, os artistas passaram a ser vistos como ídolos de uma geração. Nascia alí o caminho que levaria Roberto a se tornar o "Rei" da música brasileira.

Neste período, Roberto já havia lançado dois álbuns de estúdio, e suas músicas, algumas releituras de canções americanas, e outras composições próprias, já tomavam conta das paradas de sucesso das rádios de todo o país. Alguns dos exemplos são "Splish Splash", "Parei na Contramão", "Meu Calhambeque" e "É Proibido Fumar".

Roberto passou a ter presença constante em programas musicais nas televisões, que naquela época ainda não trabalhavam com a modalidade VT (videotape), portanto, promoviam transmissões ao vivo, ficando horas no ar.

O interesse pela música surgiu por incentivo da mãe, que ensinou o menino a tocar violão. Foi Laura quem levou o garoto para se apresentar em uma rádio local do Espírito Santo, aos nove anos. Ele levou o primeiro lugar na competição.

O cantor compôs sozinho sucessos como "Como É Grande o Meu Amor por Você", "Por Isso Corro Demais", "Quando" e "De Que Vale Tudo Isso". E o sucesso não foi somente na música e na televisão.

Em 1968 chegava às telonas o filme "Roberto Carlos em Ritmo de Aventura", sucesso de bilheteria. Por conta das gravações, Roberto não conseguia terminar a composição de "Eu Sou Terrível", e pediu ajuda a Erasmo Carlos.

ROCK AO ROMANTISMO

O artista lançava um álbum a cada ano, e conforme o tempo foi passando, suas referências foram mudando. Essa mudança de estilo pode ser observada na discografia de Roberto Carlos.

A mensagem de suas composições deixou de ser algo urbano, de cotidiano, de relações triviais e passou a abordar afetos e sentimentos mais profundos.

O autointitulado álbum "Roberto Carlos" deu início a essa nova fase na carreira do cantor. Todos os álbuns a partir de 1970 carregavam um conceito mais intimista, mais pessoal e com um maior peso emocional.

 REI

Foi em dezembro de 1974 que Roberto daria início às suas apresentações que deixariam uma marca registrada por todo o país, o especial de fim de ano da TV Globo.

Naquele ano, a exibição do programa rendeu picos altos de audiência para a emissora, o que colaborou para que a apresentação do cantor na programação de fim de ano do canal se tornasse fixa.

Os sucessos "Além do Horizonte", "Os Seus Botões", "Força Estranha", composição de Caetano Veloso, e "Lady Laura", uma homenagem à sua mãe, foram lançados anos depois.

Todos os álbuns lançados por Roberto tiveram mais de um milhão de cópias vendidas no Brasil, e suas apresentações sempre contaram com casa cheia.

Foi a partir dos anos 1980 que o cantor lançou discos em inglês, espanhol, italiano e francês. Algumas músicas já faziam parte de sua discografia e foram traduzidas, já outras foram compostas em idioma estrangeiro.

Este salto para o mercado internacional colaborou para a consolidação de Roberto Carlos como um dos artistas mais importantes e influentes da América Latina.

Foi premiado pelo Grammy Latino (Prêmio da Academia Latina de Gravação) na categoria Melhor Cantor Latino-Americano, e atingiu o topo da parada latina da Billboard.

Em razão do sucesso em todo o continente, o cantor teve seu nome gravado na Calçada da Fama para artistas latinos em 1992, na cidade de Miami, no estado da Flórida, nos Estados Unidos.

Em 1995, liderados por Roberto Frejat, grandes nomes do pop-rock brasileiro como homenagearam Roberto Carlos com a gravação de canções da época da Jovem Guarda. Fizeram parte da homenagem os artistas Cássia Eller, Chico Science e Nação Zumbi, Barão Vermelho e Skank.

Roberto se manteve de reclusão no início dos anos 2000, em decorrência da morte de sua esposa Maria Rita Simões. A professora foi acometida de um câncer, doença também causadora da morte de outra esposa de Roberto, em 1968.

De 2000 até este ano, o cantor lançou mais três álbuns, intitulados "Amor sem limite" (2000), "Para sempre" (2003) e "Roberto Carlos" (2005).

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