Se você rever o filme inglês, "A Missão" de 1986, com Robert De Niro, vai rever as cenas baseadas em fatos reais, da saga dos índios organizados que viviam numa área aonde hoje é o Rio Grande do Sul. Comunidades denominada de "Reduções" conhecidas como os 7 Povos. Foi um local aonde os índios passaram a ter formação cultural e, educacional, de alto nível de complexidade, principalmente de arte, arquitetura, urbanização e harmonia social de dar inveja pelo avanço na época. Todo índio aprendia um ofício, e os rapazes o treinamento do exército espanhol e, todos pagavam impostos para a Espanha. E que um dia, vieram os Portugueses e destruíram tudo com um tal de Tratado de Madrid. Eles assumem toda essa área em troca da cidade de Sacramento (que era de Portugal), localizada no sul do Uruguai. Os Espanhóis aceitaram, pois, nesta cidade era um lugar aonde existia muito contrabando da prata. Abandonaram seus súditos que pagavam impostos, pela ganância do metal vil.
Entra os Portugueses na região dos 7 povos, destruindo tudo, mas não foi tanto, porque ali estava se formando uma comunidade forte. Está bem demonstrado no filme, que o que mais incomodou os Latifundiários, os Grandes Senhores das terras, foi o alto nível de cultura dos índios. As crianças indígenas, tinham escola, e sabiam matemática, ciências e Latim e línguas de outros países. Tinham mais saber cientifico e competiam com os filhos deles (os Colonizadores). Enfim, isso é o que mais preocupou o Sistema econômico da época. Porque os queriam escravos e ignorantes.
Hoje em dia, não é diferente, o incomodo lá na Amazônia. Se ouve muito os proprietários de terras, raivosos com o índio com seu empoderamento social, e tecnológico. Comentam o absurdo de um índio saber falar inglês, e ser formado numa Faculdade dos Estados Unidos. E o que está pegando mais, é que índios aprendem a se virar, formaram Associações de geração de renda e, Gestão de cooperativas de extrativismo, sem desmatar a floresta. E alto nível de formação social, de dar inveja. Isso revolta os detentores da política dos Negócios atuais, com seu mote: explorar e destruir. O cenário Amazônia é outro de 1750, mas o enredo está idêntico.
A apropriação dos índios na articulação de políticas públicas, indo até Brasília, discutir ou pegar um avião e falar na ONU, irrita muito quem vê ainda o índio como escravo, submisso. O Índio se você der escola e condições de aprender, será notável. E este era o sonho de um Militar honrado, de que todo índio tivesse a mesma cidadania igual a nossa. Este Militar era Candido Mariano da Silva, neto de indígenas, nasceu no Mato Grosso, e órfão quando criança. Um tio dele leva para o Rio e o ingressa na escola Militar. Tão agradecido que ficou, acrescenta o sobrenome do tio, Rondon! Figura reconhecida internacionalmente ao lado dos grandes humanistas mundiais, defendendo a comunidade indígena. Coisa que todo bom militar deveria reconhecer e imitá-lo.
Francisco Moreno é membro do Movimento Global Católico das Mudanças do Clima
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