Cultura

Dança Circular: o exercício do 'sentir'

Por Redação |
| Tempo de leitura: 3 min

"É como uma academia do 'sentir', onde o emocional e espiritual são desenvolvidos como um músculo, progredindo diariamente". Assim define-se a dança circular pela focalizadora Liliana Ribeiro, que promove aulas diariamente em seu estúdio, além de organizar rodas em diversos eventos nos segmentos de Meio Ambiente, Saúde, Educação, Cultura e Promoção Social. O principal enfoque na Dança Circular Sagrada não é a técnica e sim o sentimento de união de grupo, o espírito comunitário que se instala a partir do momento em que todos, de mãos dadas, apoiam e auxiliam os companheiros. Assim, ela é indicada para pessoas de qualquer idade, raça ou profissão, auxiliando o indivíduo a tomar consciência de seu corpo físico, acalmar seu emocional, trabalhar sua concentração e memória.

O papel do focalizador (aquele que cuida do foco da atividade) é orientar os passos e contextualizar as danças, atento ao bem-estar e aproveitamento do grupo, assim como aos links e interfaces da dança com o objetivo daquela atividade, seja em ambientes públicos abertos ou corporativos, para alguma meta específica. Portanto, a dança circular é uma experiência guiada, em grupo, porém completamente inédita e íntima a cada círculo.

Liliana é focalizadora de dança circular com cinco anos de experiência, formada no Instituto Dança Viva. A goiana é engenheira civil por formação e pós-graduada em gestão de RH e psicologia transpessoal e mora em Araçatuba há 27 anos. Para ela, a dança circular é uma terapia integrativa e que precisa ser divulgada no interior paulista. "O objetivo é trazer essa poderosa ferramenta de autoconhecimento para as pessoas da região, principalmente para as linhas de apoio, como professores e psicólogos", explica Liliana.

De acordo com a professora, o movimento pode ser definido como uma dança em roda, feita de mãos dadas em que se trabalha a consciência corporal, emocional e espiritual. "Os movimentos são leves e a música te toca. Muitas pessoas dizem ter melhorado a autoestima, terem abandonado remédios e vícios, tudo após começarem a frequentar grupos de dança circular".

Ela conta que seu pai gostava de dançar e que ele a ensinou alguns passos, adquirindo gosto e interesse pela atividade. Após algum tempo de pesquisa e dançando por diversão, ela descobriu a dança circular em 2015 e passou a praticá-la. "É uma espécie de terapia para quem a faz, gosto de dizer que quem dança muda, e a dança faz isso com as pessoas, ela tem esse poder", explica. Já a iniciativa de se tornar uma focalizadora e ministrar aulas da dança nasceu da vontade de Liliana ajudar o próximo. "Encontrei na dança uma maneira de contribuir para a vida do outro. Como uma terapia, é recomendado participar de encontros semanalmente ou a cada 15 dias. Quem pratica essa atividade melhora a vida de diversas formas".

HISTÓRIA DO MOVIMENTO
As Danças Circulares fazem parte de um movimento que teve origem em 1976 e chegou ao Brasil em 1984. A coletânea de danças foi criada pelo professor de dança clássica Bernhard Wosien, e foi mais tarde "batizada" de Danças Circulares Sagradas porque resgatava a simbologia sagrada de cada tradição e cultura dos povos, mas não estão vinculadas a nenhuma religião.

No Brasil, o mineiro Carlos Solano foi responsável pela disseminação do movimento em parques, empresas, escolas, universidades, hospitais, órgãos públicos e instituições não-governamentais.

O movimento tem se difundido em grupos e ONGs que querem promover o bem-estar e uma busca interna do autoconhecimento, fazendo cada vez mais parte do ambiente escolar e empresarial, colaborando para o relacionamento entre os estudantes e funcionários. Hospitais também vêm recebendo as rodas de dança para ajudar na recuperação de pacientes que ficam muito tempo internados.

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