No domingo (04/08/2019), meu querido pai foi morar com Deus, pelo menos essa é minha crença efetiva e, portanto, resolvi escrever essa semana um artigo que não fugisse com minha obrigação junto à Folha da Região e ainda lhe prestasse esse último tributo. Ensinamos nossos filhos que devemos estar atentos sempre a todos os perigos da vida e como a prudência e precaução são virtudes inalienáveis para chegar o mais longe. E como todo bom pai, e o meu era muito bom, ensinou-nos tal lição. Como todo ser humano nascido no século XX, nasceu acreditando na necessidade da existência de um estado assistencialista e provedor. Nunca conseguiu entender, em nossos embates, a maneira como o estado lhe roubou toda riqueza via modelo monetarista de arrecadação de quem as produz. Poderia vir aqui e enumerar muitas famílias araçatubenses que empreenderam junto com ele e acabaram por deixar as gerações seguintes mais pobres. Foi também seu caso, se analisássemos a evolução patrimonial de minha família desde a década de 70, quando nasci, até os dias de hoje. Impostos injustos fizeram que ele, há mais de 20 anos, entrasse contra a União e requeresse de volta pagamentos indevidos, e até hoje, ganho em primeira instância e com um voto apenas para ser ganho em segunda, está tudo parado. Eu sempre dizia a ele que o estado brasileiro não passava de um vendedor de vida fácil, que promete entregar saúde, educação, aposentadoria e felicidade eterna aos seus clientes tomando-lhes suas riquezas e jamais o faz. Doía muito vê-lo dizer que ele apenas queria ver essas ações ganhas antes de partir, mas que ele sabia que isso seria impossível, e que talvez eu ou minhas filhas veríamos tal fato. Aí eu entendi que o estado nada mais é que uma quadrilha, que mata muita gente todos os dias, seja em filas dos hospitais, seja negando futuro digno roubando a educação de seu povo, seja sendo moroso com a justiça que por tardar, falha. Pai, vá em paz, pois cada um dá sua contribuição para que no final toda sociedade cresça, e eu sei que todos o momentos que passamos juntos e crescemos juntos farão com que eu jamais desista de tentar mudar esse curral que nos cerca feito escravos pelo quadrilha do estado.
Rodrigo Andolfato é membro do Ilan
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