Domingo passado, a Folha da Região publicou uma matéria sobre as creches infantis (Emebs), mais especificamente, ressaltando a boa qualidade das mesmas e mostrando pessoas que elogiaram em rede social o trabalho realizados nestas escolas.

Mas fica a pergunta: por que elogiar é tão mais difícil do que criticar? De maneira simplória, por termos sido criados em uma sociedade muito exigente, o que faz com que a maioria perceba mais as qualidades ruins do que as boas; mais os erros do que os acertos. O maior problema mora em quem é criticado, de maneira construtiva ou não, em interpretar o que lhe foi dito, assimilar e buscar, cada vez mais, alcançar a tão sonhada ‘perfeição’.

As pessoas criticam mais porquê, na maior parte dos casos, enxergam ações negativas nas pessoas. Partindo para a prática, por exemplo, fosse uma denúncia contra o referido serviço (creches), já teriam chovido comentários, o assunto estaria em diversos posts, em manchetes na mídia e na boca do povo. Tratando-se de um elogia, a repercussão é muito menor.

Estaria isso ligado ao desejo do ser humano de tornar-se perfeito e, para que isso se concretize de maneira mais simples, é mais fácil desqualificar o próximo? Por que tanta dificuldade em elogiar o outro, seja pai, mãe, filho, colega de trabalho, subordinado, chefe? Apesar de haver algumas tentativas de explicação científica, é válido focar na expectativa de que o homem é mau por natureza. Thomas Hobbes, filósofo que viveu nos séculos 16 e 17 escreveu em seu ‘O Leviatã’ sobre essa tese. Partindo dessa premissa, o homem sempre precisa levar vantagem e tem em sua consciência que as ações ruins devem se sobressair. Daí porque todo mundo gosta tanto de ler aquelas notícias escabrosas de polícia, que trazem crimes bizarros e bárbaros, inimagináveis para o homem mediano.

É preciso vibrar em outra frequência para que ressaltar as boas atitudes seja uma constante. Se todos passarem a elogiar mais do que criticar, cria-se uma corrente energética que insere as pessoas em outro magnetismo. Comece pelas pequenas ações.

A.S. Vasconcelos é consultor de carreira