O homem acusado de ter atirado no ajudante de motorista Marcos Vinicius Matias, 25 anos, encontrado morto com um tiro nas costas no último dia 20 em um canavial no pátio da antiga usina Campestre, em Penápolis, se apresentou à polícia na quinta-feira (27).
Ele foi ouvido na presença de um advogado e entregou um revólver calibre 38, que segundo ele, seria a arma que utilizava naquela noite quando fazia a segurança do prédio. O corpo da vítima foi encontrado horas depois de a Polícia Militar ter comparecido à indústria para atendimento a ocorrência de furto de fios de cobre.
O delegado responsável pelo 1.º Distrito Policial, Heweraldo Weber Gonçalves, que comanda a investigação do caso, havia adiantado no dia seguinte ao crime que foi procurado pelo advogado do investigado que informou que o suspeito se apresentaria.
No início das investigações, houve a informação de que os responsáveis pela segurança da usina, que está desativada e pertence ao grupo Clealco, seriam policiais. Entretanto, o homem que se apresentou na quinta-feira não faz parte da polícia.
Ele contou ao delegado que existe uma equipe própria responsável pela segurança do prédio, mas que eventualmente era chamado para cobrir folga. E era dessa forma que ele estava trabalhando naquela noite, tendo assumido o posto às 19h.
Ainda de acordo com o investigado, já havia ocorrido furtos de cabos elétricos na indústria, por isso, acompanhado de um porteiro, ele saiu em ronda pelo prédio. Durante o patrulhamento, eles teriam ouvido conversas e viram duas pessoas caminhando pelo local.
Essas pessoas teriam saído correndo, junto com outras não identificadas, ao perceber a presença dos vigias. Durante a fuga, o segurança disse ter ouvido um estampido, como se fosse um disparo de arma de fogo. "Ele alegou que nesse momento o porteiro se jogou no chão e, imaginando que ele tivesse sido baleado, atirou, mas sem saber se havia atingido alguém", contou o delegado.
Ainda de acordo com a versão apresentada ao delegado, após os tiros disparados, o investigado e o porteiro retornaram para a portaria da empresa e acionaram a polícia. Somente depois ele soube que uma pessoa tinha sido baleada e foi encontrada morta no canavial.
TRANSFIXOU
Segundo o boletim de ocorrência registrado naquela noite, a Polícia Militar foi chamada às 20h50 para atender a ocorrência de furto de fios de cobre na usina e encontrou vários cabos enrolados. Posteriormente foi confirmado o furto de aproximadamente cinco mil metros de cabos.
Os policiais deixaram o local às 21h10 e às 22h30 foram informados que havia um homem caído no canavial. Matias levou um tiro nas costas, cujo projétil transfixou o corpo e saiu pelo peito, do lado esquerdo. Perto do corpo havia uma serra manual com arco que, segundo a polícia, deve ter sido utilizada para cortar os fios de cobre durante o furto.
Ouvido na ocasião, o porteiro informou que o segurança disparou duas vezes ainda no prédio, correu atrás dos ladrões e depois ele ouviu mais disparos, sem saber em que condições eles foram efetuados, pois havia voltado para a portaria para acionar a polícia.
PERÍCIA
O delegado explica que o inquérito seguirá tramitando e aguardará laudo dos exames do IC (Instituto de Criminalística) para dar andamento as investigações. A arma entregue pelo investigado também será periciada para tentar identificar se realmente foi a utilizada para efetuar os disparos naquela noite, já que o projétil transfixou o corpo da vítima.
Outra dúvida da polícia é com relação ao horário que teria ocorrido o disparo, pois quando o corpo foi encontrado, já estava enrijecido.
Por fim, Gonçalves revelou que pretende fazer a reconstituição do crime para ajudar nas investigações. Após prestar depoimento, o investigado foi liberado.
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