O prefeito de Birigui, Cristiano Salmeirão (PTB), retirou de tramitação a proposta de concessão dos serviços de água e esgoto do município. A solicitação de retirada foi protocolizada ontem na câmara. Uma audiência pública para tratar do assunto já havia sido marcada para o próximo dia 5 de dezembro.
O petebista disse que a decisão foi tomada após ouvir os vereadores de sua base que, segundo ele, “foram violentamente ultrajados nas redes sociais por ato que nem realizaram”, já que a propositura não foi votada. Segundo o chefe do Executivo, o projeto foi utilizado como palanque político para as eleições municipais de 2020.
Além disso, Salmeirão afirmou que a retirada se deu por conta de que a população, neste momento, não quer que a concessão seja aprovada, pois houve uma “politização” do preço da tarifa, que sequer havia sido colocado. De acordo com Salmeirão, o preço cobrado pelo serviço seria mais barato para os munícipes, por meio de uma “tarifa social”.
“Dessa forma, resolvi retirar e dizer que, infelizmente, houve uma perda de investimentos na cidade de Birigui, porque, com tais investimentos que aconteceriam na rede de água e esgoto, nós poderíamos trazer várias empresas. Algumas deixaram de vir por causa do problema de água e esgoto”, comentou o prefeito.
O chefe do Executivo disse ainda que apresentou a melhor solução para a situação do saneamento básico da cidade. “No caso, dei uma Ferrari para a população, infelizmente, eles não quiseram. Vão ter que se contentar agora com um Gol Mil, que não vai resolver o problema, somente minimizá-lo, que é o ‘plano B’ que vamos protocolizar”, comparou o petebista.
Ele ainda acrescentou que os futuros problemas de falta de água, canos quebrados e imóveis danificados, serão culpa dos vereadores contrários à propositura, que fizeram “politicagem” com o projeto, para que ele não resolvesse o problema do setor.
“Quando a água acabar, peçam ao vereador da oposição, que tem piscina em casa, que retire a água da piscina e doe para a população, porque, infelizmente, eles, pensando em destruir o Salmeirão, esqueceram que a população precisa de água e a cidade de saneamento básico”, falou o chefe do Executivo.
35 ANOS
O projeto previa a concessão dos serviços de água e esgoto pelo período de 35 anos. A empresa que assumiria o setor seria contratada por meio de licitação, após a apresentação de menor preço de tarifa e melhor técnica. Salmeirão argumentou que a terceirização era necessária, pois o município não tem dinheiro para fazer os investimentos que o saneamento da cidade exige.
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