
Piracicaba vive um aumento preocupante nos casos de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde, houve um crescimento de 74% entre os anos de 2021 e 2024. A maioria dos registros envolve sífilis adquirida, que se mantém como a infecção mais frequente em todos os anos analisados, seguida por sífilis em gestantes, aids e hepatites.
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A faixa etária com maior incidência de ISTs está entre os 20 e 39 anos, e maioria dos infectados são homens. A coordenação do programa municipal de ISTs destaca ainda que uma parcela significativa dos casos envolve homens que fazem sexo com outros homens — grupo que ainda encontra dificuldades de acesso aos serviços por conta do estigma social.
O que são ISTs e como são transmitidas
As ISTs são provocadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos, e a principal forma de contágio é o contato sexual sem o uso de camisinha, seja vaginal, oral ou anal. Também podem ser transmitidas de forma vertical — da mãe para o bebê durante a gravidez, o parto ou a amamentação — e, menos frequentemente, por meio de contato com mucosas ou pele ferida em contato com secreções contaminadas.
Os sintomas podem incluir feridas, corrimentos, verrugas anogenitais, dor ao urinar, dor pélvica, lesões de pele e aumento de ínguas. No entanto, nem todas as infecções apresentam sinais visíveis, o que torna essencial a testagem periódica. Quando não tratadas, algumas ISTs podem causar infertilidade, câncer e até levar à morte.
Medidas de prevenção e tratamento gratuito
Diante da escalada dos casos, a rede pública de saúde tem ampliado o acesso a testes rápidos para HIV, sífilis e hepatites B e C, além de ofertar gratuitamente a PrEP (profilaxia pré-exposição) e a PEP (profilaxia pós-exposição). Essas estratégias fazem parte do conceito de prevenção combinada, que integra o uso da camisinha (disponível gratuitamente nas unidades de saúde), imunização para hepatite B e HPV, ações educativas e tratamento precoce de pessoas infectadas.
Todas as formas de diagnóstico, tratamento e prevenção das ISTs são oferecidas gratuitamente pelo SUS. A orientação da Secretaria de Saúde é que, após qualquer relação sexual desprotegida, a pessoa procure uma unidade de saúde para avaliação e, se necessário, exames laboratoriais. Quanto mais cedo a infecção for identificada, maiores são as chances de cura ou controle eficaz da doença.