
Embora os idosos sejam vistos como os mais vulneráveis no ambiente digital, os principais alvos de golpes na internet são jovens entre 16 e 29 anos, segundo levantamento do DataSenado. Especialista alerta para o papel da credibilidade nas fraudes e recomenda senso crítico e cautela.
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Os crimes digitais, como clonagem de cartão, invasão de contas bancárias e fraudes em aplicativos de mensagens, atingem milhões de brasileiros todos os anos. Uma ampla pesquisa do Instituto DataSenado, divulgada no fim de 2024, revela que as vítimas mais frequentes dessas ações são os jovens entre 16 e 29 anos, que representam 27% dos atingidos — quase o dobro da faixa acima dos 60 anos, tradicionalmente vista como mais exposta, que soma 16%.
A pesquisa, realizada com quase 22 mil entrevistados, também revelou o perfil socioeconômico das vítimas. A maioria das pessoas que perdeu dinheiro por algum golpe digital possui ensino médio completo (35%) e renda de até dois salários mínimos (51%). Os dados contrariam a percepção comum de que o baixo nível de instrução seria o principal fator de risco.
Para o especialista em cibersegurança e professor da FATEC, Fernando Bryan Frizzarin, a chave dos golpes digitais está na manipulação da confiança da vítima. “O golpe digital essencialmente tenta sempre passar alguma credibilidade para a vítima. Isso para fazer com que ela acredite que está falando com alguém ou fazendo alguma ação que será algo bom, como ajudar alguém da família, ou trará alguma vantagem, como retorno financeiro”, afirma.
Frizzarin alerta para o cuidado com mensagens recebidas, mesmo que venham de contatos aparentemente confiáveis. “Mesmo que o número do telefone ou a fotografia indique ser um parente, crie alguns códigos ou perguntas para que essa identificação possa ser feita. Combine com a família que dinheiro se pede pessoalmente ou por ligação, nunca em mensagens”, orienta.
O especialista também chama atenção para golpes que envolvem bancos. “Quando receber alguma ligação ou mensagem sobre movimentação atípica na conta, nunca passe informações. Desligue e ligue de volta no canal oficial do banco”, aconselha. Segundo ele, a pressa é inimiga da segurança: “Se for um problema real, ele será resolvido pelos canais certos”.
Em caso de fraude, Frizzarin recomenda registrar boletim de ocorrência imediatamente. “É indispensável para qualquer medida, como buscar ressarcimento. No caso de golpes bancários, leve o boletim até o gerente da agência para abertura de processo administrativo. Se não houver solução, procure um advogado”, completa.