TERCEIRA IDADE!

Quedas de idosos: entenda os riscos e desafios nesta fase da vida

Por Will Baldine | Jornal de Piracicaba |
| Tempo de leitura: 3 min
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As fraturas mais comuns envolvem áreas que são fundamentais para a locomoção, como o quadril e o joelho
As fraturas mais comuns envolvem áreas que são fundamentais para a locomoção, como o quadril e o joelho

O aumento da expectativa de vida tem levado ao crescimento da população idosa, o que também tem resultado em um aumento nos casos de fraturas entre pessoas dessa faixa etária. As fraturas mais comuns envolvem áreas que são fundamentais para a locomoção, como o quadril e o joelho, impactando diretamente a qualidade de vida da terceira idade.

Saiba Mais:

Dados do Datasus apontam que, no primeiro bimestre de 2024, mais de 17 mil atendimentos hospitalares e 9 mil atendimentos ambulatoriais relacionados a quedas de idosos foram registrados. Esses números destacam a recorrência desses incidentes e alertam a comunidade para a necessidade de cuidados específicos com essa parcela da população.

O ortopedista Isaías Chaves afirma que a osteoporose é um dos principais fatores que contribuem para o aumento de fraturas entre idosos. "A osteoporose enfraquece os ossos, sendo três vezes mais comum em mulheres. Esse fator, combinado à maior propensão a quedas, aumenta significativamente o risco de fraturas", explica.

Fatores que Aumentam o Risco de Fraturas 

As quedas que resultam em fraturas de quadril em idosos são geralmente causadas por uma combinação de fatores, entre eles:

Desequilíbrio: O envelhecimento diminui a agilidade e a coordenação motora, o que aumenta a chance de quedas.

Problemas de visão: A redução da acuidade visual dificulta a percepção de obstáculos no ambiente.

Fragilidade óssea: A partir dos 65 anos, o processo de perda óssea tende a superar a produção de novos ossos, especialmente nas mulheres, devido a alterações hormonais.

De acordo com o ortopedista, "As fraturas no quadril são particularmente graves e podem resultar em perda de independência. Estima-se que metade dos idosos que sofrem esse tipo de fratura não conseguem recuperar sua mobilidade."

Sinais de Alerta

Os sinais de uma possível fratura no quadril devem ser observados imediatamente. Quando qualquer um desses sintomas é identificado, é recomendado procurar atendimento médico:

  • Dor intensa e repentina na região do quadril
  • Incapacidade de caminhar
  • Encurtamento ou rotação externa do membro afetado
  • Prevenção de Fraturas

A prevenção é a forma mais eficaz de reduzir o risco de fraturas. Para isso, algumas medidas são essenciais:

Cuide da osteoporose: O diagnóstico e o tratamento adequados da osteoporose são fundamentais. A ingestão de cálcio e vitamina D, aliada a exercícios físicos regulares, pode ajudar a prevenir fraturas.

Adapte o ambiente: Ajustes simples, como a remoção de tapetes soltos, a instalação de barras de apoio e a melhoria da iluminação, podem evitar quedas.

Use calçados adequados: Calçados com solado antiderrapante podem ajudar a prevenir escorregões.

Pratique fisioterapia preventiva: A fisioterapia pode melhorar o equilíbrio, a força muscular e a mobilidade, o que diminui as chances de queda.

Monitore regularmente: Consultas periódicas são importantes para identificar outros fatores de risco, como hipertensão.

Diagnóstico e Tratamento das Fraturas

O diagnóstico das fraturas de quadril é confirmado por meio de raio-X, mas exames como ressonância magnética e tomografia podem ser úteis em casos específicos para definir o melhor tratamento.

O Dr. Isaías destaca que, na maioria das situações, o tratamento cirúrgico é necessário. "Uma fratura de quadril raramente cicatriza sem intervenção cirúrgica. A cirurgia é crucial para aliviar a dor, restaurar a funcionalidade do membro e prevenir complicações como trombose e infecções", afirma.

Em casos mais graves, pode ser necessário o uso de próteses de quadril. "A prótese parcial substitui apenas a cabeça do fêmur, enquanto a prótese total substitui tanto a cabeça do fêmur quanto o acetábulo, a cavidade do quadril", explica o especialista.

O uso de próteses facilita a recuperação, reduzindo a dor e ajudando os pacientes a reconquistarem sua independência funcional. Além disso, a reabilitação pós-cirúrgica é essencial. A fisioterapia acelera o processo de recuperação e possibilita o retorno às atividades diárias com mais segurança. "A prótese, acompanhada de uma reabilitação eficiente, pode devolver ao paciente sua qualidade de vida", conclui o ortopedista.

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