
Durante entrevista coletiva concedida nesta quinta-feira (3), no estádio Barão da Serra Negra, o presidente Matheus Bonassi comparou a situação atual do XV de Novembro a um “paciente em fase terminal”. O impacto da frase dá o tom das dificuldades do clube da camisa zebrada em pagar suas contas para melhorar sua estrutura.
“Eu comparo o XV com um paciente em fase terminal. Nós precisamos, para salvar esse paciente, mexer em algumas feridas... não pode ter medo, tem de ter coragem. Tem de dar alguns remédios e remédio geralmente é amargo e dolorido”, comparou Bonassi.
O presidente deu essa declaração para justificar a ausência das equipes sub-15 e sub-17 no Campeonato Paulista deste ano. Ele afirmou que o clube “não acabou” com essas categorias – tanto que estão participando da Field Cup -, mas, sobretudo, a falta de dinheiro inviabilizou a participação dos meninos no Paulista neste ano.
Bonassi, que está há menos de seis meses na cadeira de mandatário do clube, afirmou que ainda há muito que fazer para que o Nhô Quim tenha plenas condições de brigar em condições de igualdade com os times com maior potencial financeiro.
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Ele citou que hoje o Nhô Quim tem dificuldades de competir com times que já se tornaram SAF (Sociedade Anônima do Futebol). O presidente lembrou que o XV já é uma SAF e há uma empresa fazendo uma auditoria no clube, situação que faz parte do processo de captação de investidores.
Bonassi informou que, dos oito classificados para o “mata-mata” da Série A2 deste ano, cinco eram SAF; depois dos quatro semifinalistas, três eram SAF e os dois finalistas e que subiram para a A1 são SAF.
“Eu particularmente entendo que a SAF é um caminho sem volta. Os clubes que não tiverem parceiros terão muita dificuldade. E nós estamos buscando um modelo onde essas pessoas tenham um conhecimento do futebol. Não basta só o dinheiro”, ponderou.
O presidente entende que o clube tem muito a oferecer aos possíveis investidores, como uma camisa pesada, uma torcida apaixonada, uma cidade com mais de 400 mil habitantes e com uma localização privilegiada – próximo de São Paulo, do aeroporto de Viracopos (Campinas), além de estar em uma região com muitos clubes nas séries A1 e A2, principalmente.
ESTRUTURA
Bonassi disse que sua gestão precisa trabalhar muito ainda para melhorar a estrutura do clube. Ele afirmou que o XV tem praticamente tudo, como fisioterapia, departamento médico, estádio, entre outros, mas todos os setores precisam ser melhorados de forma urgente.
Afirmou ainda que já estruturou o clube em algumas questões, mas ainda faltam algumas peças, como fisiologistas e psicólogos do esporte, por exemplo. Por outro lado, houve alguns avanços, como a aquisição GPSs para jogos e treinamentos, plataformas de saltos para treinos dos goleiros e botas de recuperação.