NO MEIO DA RUA

Justiça torna réus suspeitos de matar empresário em Piracicaba

Por Roberto Gardinalli |
| Tempo de leitura: 2 min
Will Baldine /JP
A Justiça de Piracicaba aceitou a denúncia do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado)
A Justiça de Piracicaba aceitou a denúncia do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado)

A Justiça de Piracicaba aceitou a denúncia do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público e da Promotoria de Piracicaba e tornou réus seis suspeitos de participarem de dois homicídios causados pela disputa de pontos de jogos de azar na cidade. A decisão transformou os suspeitos em réus por organização criminosa e exploração de jogos de azar. Eles tiveram, também, a prisão preventiva decretada.

As disputas por pontos de jogos na cidade resultaram em dois homicídios, sendo um em maio de 2018 e outro em maio de 2024. O segundo caso levou à deflagração da Operação Jogo da Vida. De acordo com o Ministério Público, a primeira vítima, um empresário, foi assassinada em maio de 2018 dentro de seu estabelecimento comercial com três tiros.

Seu filho deu continuidade à exploração de jogos de azar e também acabou morto, executado na rua. A denúncia oferecida pelo Ministério Público identificou os mandantes, seus intermediários e um envolvido na execução dos homicídios. Diligências continuam acontecendo para identificar os demais executores.

Além disso, a investigação realizada pelo MP identificou a relação estreita entre os integrantes da organização criminosa de exploração de jogos de azar com a facção conhecida como PCC (Primeiro Comando da Capital), cujos integrantes atuavam em conexão para realizar cobranças e missões destinadas à execução de crimes de mando.

Segundo o promotor Aluisio Antonio Maciel Neto, um dos signatários da denúncia, as apurações revelaram que uma aparente contravenção penal, como a exploração de jogos de azar, pode encobrir uma grande estrutura para a prática de crimes violentos e graves. "Não é apenas o jogo em si, mas o que se constroi a partir dele com o poderio econômico angariado, seja para a corrupção de agentes públicos ou a execução de crimes de mando, no mesmo modelo de máfias italianas", disse.

O assassinato do empresário levou à deflagração, em maio deste ano, da Operação Jogo da Vida. Na ocasião, as autoridades apreenderam duas armas, 172 munições, seis acessórios de armas de fogo, R$ 310 mil em dinheiro, cerca de R$ 492 mil em cheques, cinco máquinas caça-níquel, 36 placas mãe de computador, 215 aparelhos celulares sem procedência, duas bolsas com dezenas de chaves de máquinas caça-níquel, planilhas e diversas anotações da organização criminosa. Além de Maciel Neto, assinaram a denúncia os também promotores Gustavo Luís de Oliveira Zampronho, André Camilo Castro Jardim e Alexandre de Andrade Pereira.

Comentários

Comentários