A pitaya é uma fruta não muito conhecida no Brasil e no mundo. É um cacto, semelhante ao figo-da-índia, sendo também conhecida como “fruta do dragão” - (“dragon fruit”). Tem o aspecto bastante atraente, sabor delicado e características nutricionais e medicinais que vem agradando os consumidores no Brasil e no mundo. Com o aprimoramento da qualidade das frutas, decorrente da incorporação de tecnologia, vem ocorrendo grande estímulo á produção e consumo.
As pitayas são ricas em antioxidantes, que neutralizam radicais livres, combatendo os estresses. Apresentam baixa caloria, são refrescantes e muito saborosas. É uma fruta não-climatérica, ou seja, não amadurece após a colheita. Existem frutas de casca amarela e polpa branca e de casca vermelha e polpa branca ou vermelha.
É uma planta originária das Américas, melhorada em diversos países asiáticos e cultivada comercialmente em todo o mundo, em especial na Ásia (Vietnam, Filipinas, Índia, Tailândia, Indonésia, Malásia, China, Japão, Coréia do Sul, etc), Estados Unidos, Israel, México, etc. Também foi, e ainda é, utilizada como planta ornamental, pela beleza das flores brancas ou vermelhas produzidas.
No Brasil, as pitayas vem sendo cultivadas e estudadas desde 1990. A partir de 2010 houve grande expansão dos plantios. A pesquisa se intensificou, havendo aumento no número de artigos técnicos e científicos publicados em todo o mundo. Em 2022, foram cerca de 270 trabalhos publicados.
As pitayas são cultivadas em todo o Brasil. Os principais polos de produção são o Oeste Paulista, a região de Tomé-Açu, no Pará, e a região Sul, em especial Santa Catarina. Existem centenas de variedades cultivadas no Brasil, pertencentes a diferentes gêneros e espécies, com diferentes características e comportamentos. Algumas cultivares já estão registradas.
Embora não existam dados oficiais, membros da Diretoria da APPIBRAS (Associação dos Produtores de Pitayas do Brasil) dispõem de algumas informações sobre o cultivo das pitayas no Brasil. Estima-se que a área cultivada seja de 6.000 hectares, produzindo 60.000 toneladas por ano, com rendimento de 10 toneladas por hectare. Plantas jovens, com menos de 3 anos, apresentam baixo rendimento. O mercado interno consome 95% da produção, sendo 5% exportado. O maior consumo é de frutas in natura (80%); cerca de 20% é processada, para a produção de polpa congelada, geleias, sorvetes, sucos, cosméticos, etc.
Os tipos mais cultivados são de polpa vermelha ou roxa (85%); 15% são frutas de polpa branca (principalmente em Santa Catarina e Rio Grande do Sul). Como não se dispõe de estatísticas mais precisas, calcula-se que sejam cerca de 2.000 produtores, prevalecendo os pequenos, com área cultivada de 0,5 a 5 ha; existem cerca de 100 produtores com área entre 5 e 15 ha, 70 com 15 a 25 ha, e 10 com área superior a 25 ha. No Sul prevalecem pequenas propriedades e, no Norte, maiores. Considerando a necessidade de um trabalhador para cada hectare cultivado, estima-se que sejam 5 a 6 mil empregos diretos e 5 a 6 mil indiretos.
A cadeia de produção de pitayas vem se organizando e profissionalizando a partir de 2010, com crescimento de 5 a 10% por ano. As novas áreas vem utilizando mudas de boa qualidade, plantios em espaldeira, adensamento (6.000 plantas / ha), com bons tratos culturais, podendo alcançar até 50 – 80 toneladas em hectare. Entretanto, existem grandes desafios, como a falta de pesticidas registrados e o manejo eficiente de pragas como o cancro, causado por Neoscytalidium dimitiatum e a abelha arapuá, Trigona spinipes.
A expectativa do setor é que as pitayas sigam a mesma trajetória do açaí, se constituindo em uma das principais frutas produzidas no Brasil.
Conhecimento é fundamental! Há necessidade de superar diversos gargalos e se consolidar no mercado interno e nas exportações.