
As apresentações da OSP (Orquestra Sinfônica de Piracicaba), que ocorreram na noite de ontem (23), levaram ao público obras de dois dos mais importantes compositores do romantismo musical, o checo Antonín Dvorák e o alemão Johannes Brahms. As sessões aconteceram no Teatro Municipal Erotídes de Campos, no Engenho Central.
A regência foi feita pelo maestro Helder Trefzger, diretor artístico e maestro titular da Orquestra Sinfônica do Estado do Espírito Santo. Com mais de 30 anos de carreira, ele já atuou como regente convidado das principais orquestras sinfônicas brasileiras, entre elas a do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Minas Gerais, Campinas, Sergipe, Mato Grosso, Brasília, Bahia e Paraíba, além de orquestras em Portugal, México, Polônia, Chile, Paraguai, Bulgária e Itália. Também gravou a trilha sonora do filme Lamarca, de Sérgio Rezende.
A primeira peça do programa foi a "Suíte Americana, Op. 98a", composta durante a estadia de Antonín Dvorák nos Estados Unidos, em 1894. Originalmente escrita para piano a quatro mãos, recebeu orquestração mais de um ano após o retorno do compositor àquele país e sua estreia ocorreu apenas em 1910, seis anos após a morte de Dvo?ák, que viveu em território americano 1892 e 1895.
A composição foi encomendada pela Orquestra Sinfônica de Boston, que desejava uma peça com elementos da música popular americana. "Foi uma obra que encantou e fascinou ouvintes em todo o mundo com sua mistura única de tradições musicais europeias e americanas", disse o maestro Knut Andreas, diretor artístico e regente titular da OSP.
Os cinco movimentos representaram diferentes regiões americanas e foram inspirados em temas e danças populares, na cultura negra e nos nativos americanos, ao passo que o último movimento, "Allegro", de tema enérgico, remeteu ao final da "Sinfonia do Novo Mundo", uma das obras mais famosas e criadas por Dvo?ák pouco antes.
A OSP apresentou também a "Sinfonia nº 4 em mi menor, Op. 98", a última obra sinfônica de Johannes Brahms, composta em 1885, depois de um longo período de silêncio do alemão –– que ficou 10 anos sem compor uma sinfonia completa.
Dividida em quatro movimentos, foi classificada como uma das mais complexas e profundas sinfonias do repertório do século 19. Apresentou uma variedade de temas e motivos musicais. Ficou famosa por suas referências a outras obras musicais, como o tema do último movimento, baseado em uma canção popular alemã. "Foi uma obra que demonstrou a habilidade de Brahms em incorporar elementos da música folclórica em suas composições", contextualizou Knut Andreas.
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