INDÍGENA

‘Coração na Aldeia, Pés no Mundo’ chega às últimas semanas no Sesc

Mostra traz mais de 100 obras que refletem sobre terra, vida, justiça e genocídio

Por Fernanda Rizzi | 18/04/2023 | Tempo de leitura: 2 min
fernanda.rizzi@jpjornal.com.br

Katiê Mahler

Obra ressalta o valor da terra para os povos indígenas
Obra ressalta o valor da terra para os povos indígenas

Coração na Aldeia, Pés no Mundo inspira-se na obra homônima da intelectual contemporânea e escritora indígena Auritha Tabajara, filha do povo Tabajara, da região do Estado do Ceará. A exposição convida o público a pensar a terra como lugar primordial para as civilizações indígenas, bem como nas formas de resistência diante da expulsão dos territórios, a partir da migração, da expropriação do garimpo e da instalação de uma cultura agroexcludente, que culmina no genocídio dos povos indígenas. A visitação pode ser feita gratuitamente no Sesc, até o dia 30 de abril de 2023.

Aberta desde novembro de 2022, a mostra recebe diversos visitantes, escolas, oficinas e palestras, trazendo à tona temas urgentes como a preservação de territórios indígenas, subsistência extraída da terra, valorização da cultura ancestral por meio de ritos, costumes, alimentação, religião, organização política e social, sensíveis aos povos indígenas brasileiros. Garantir a sobrevivência desses povos e de seus modos de vida passa a ser obrigação de todos que têm a diversidade como valor.

Neste contexto, destaque especial é dado às mulheres indígenas, cuja participação tem sido fundamental, fortalecendo conhecimentos e garantindo a transmissão de saberes às novas gerações.

São mais de 100 obras de arte contemporânea, abrangendo fotos, vídeos e instalações de artistas indígenas em associação a produções não-indígenas, que refletem sobreaterra, vida, justiça, apagamento étnico e genocídio.

O espaço está dividido em 3 Núcleos: Território Corpo – Sangue, Território Corpo – Vida, Território Vida – Resistência. A exposição está disponível na internet, também, pelo link https://coracaonaaldeia360.sescsp.org.br/. O catálogo digital da exposição também está disponível pelo link https://curt.link/TB73yC.

PROGRAMAÇÃO

Junto da exposição, nesta terça-feira (18), às 20h, acontece a exibição do documentário “Gyuri”, dirigido por Mariana Lacerda. A obra traz uma linha geopolítica improvável entre a aldeia húngara de Nagyvárad e a Terra Indígena Yanomami, na Amazônia brasileira. Judia, sobrevivente da Segunda Guerra, Claudia Andujar exilou-se no Brasil e dedicou a vida à salvaguarda dos Yanomami. Seu acervo, militância incansável, passado de guerra e a vulnerabilidade dos indígenas são revistos por meio de diálogos de Andujar com o xamã Davi Kopenawa eoativista Carlo Zacquini, com a interlocução do filósofo húngaro Peter Pál Pelbart. A atividade é gratuita earetirada de ingressos acontece 30 minutos antes do início.

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