SAÚDE

O que é SARA? Entenda o que é a síndrome que matou Isabel, do Vôlei

Por Ronaldo Castilho | ronaldo.castilho@jpjornal.com.br
| Tempo de leitura: 2 min
Claudinho Coradini/JP
Tuffi Chalita é médico infectologista
Tuffi Chalita é médico infectologista

A Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA) é uma condição na qual há acúmulo de fluídos nos pulmões, privando os órgãos de receberem oxigênio. A síndrome também é conhecida como Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA), podendo ocorrer em pessoas que estejam gravemente doentes ou que tenham lesões significativas. Ela costuma ser fatal, e o risco aumenta com a idade e a gravidade da síndrome.

O JP ouviu o médico infectologista Tuffi Chalita sobre essa síndrome rara que matou a ex-jogadora de vôlei, Isabel Salgado, aos 62 anos. “Síndrome é um conjunto de sinais e sintomas, a pessoa desenvolve uma deficiência respiratória, e isso pode ocorrer por inúmeras causas, sendo que a pessoa tem um processo infeccioso generalizado, que chamamos de septicemia múltipla. As causas podem ser pneumonia, infecção de urina, pós-operatório, apendicite que por algum motivo se complicou, pode ser por origem tóxica, aspiração de fumaça por estar próximos de incêndios, aspiração de alguns produtos químicos tóxicos, ou mesmo uma alergia tóxica, além de pessoas que sofreram alguns traumas, acidentes, cirurgia bastante intensa, doenças inflamatórias, como pancreatite (processo inflamatório do pâncreas), nem sempre de origem infecciosa, pode levar ao desenvolvimento dessa síndrome, por liberar toxinas no corpo da pessoa”, explicou.

Pessoas com essa síndrome sofrem falta de ar intensa tosses e fraqueza muscular devido à dificuldade de circulação de oxigênio e, muitas vezes, são incapazes de respirar por conta própria, sem o apoio de um ventilador pulmonar. O tratamento inclui a administração de oxigênio, de fluídos e de medicamentos.

A SARA deve ser considerada uma condição grave, o seu tratamento se dá em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) quase sempre é necessária a internação e até mesmo a intubação pela boca ou pelo nariz. “SARA é consequência do processo infeccioso, inflamatório, traumático e aspirativo, trata-se a causa, tratando sintomaticamente o pulmão da pessoa, às vezes usando medicamentos à base de cortisona para desinflamar o pulmão, e fazer que ele recebe quantidade de oxigênio suficiente para ele passar por essa fase aguda”, enfatizou o infectologista.

Chalita disse também que a SARA é um diagnóstico angustiante, algo traumático, podendo evoluir para óbito. “No caso da Isabel uma atleta do vôlei a SARA entrou através de uma pneumonia e infelizmente ela veio a óbito”, disse.

Cerca de 150 mil casos por anos no Brasil, é relatado pelo Ministério da Saúde, principalmente em pessoas que tenham lesões pulmonares provocadas por infecções anteriores ou entre fumantes.

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