Mesmo domesticado a alimentação desses animais deve ser baseada no que encontrariam na natureza
Domesticados desde o século 16, os porquinhos-da-índia encantaram as famílias ao redor do mundo pela fofura, companheirismo, facilidade de manutenção e se tornaram extremamente populares entre os tutores. Mas, afinal, como funciona a alimentação desses animais?
Como explica a médica veterinária pós-graduada em clínica e cirurgia de animais silvestres e exóticos, Telma Strauss, “ainda que o pet seja domesticado, devemos tentar oferecer uma dieta próxima ao que seria encontrado na natureza. Os porquinhos, no caso, são herbívoros e, pela baixa estatura, se estivessem em vida livre, se alimentariam da vegetação rasteira”.
Para surpresa de muitos tutores, fruta não é a melhor opção de alimento e conforme a quantidade pode ser nociva para o seu pet. “Não se deve disponibilizá-las a todo momento e sim como um agrado, e são proibidas para filhotes com menos de três meses, pois podem provocar grave diarreia”.
O principal nutriente da dieta do porquinho-da-índia deve ser a fibra. Não à toa, o feno representa 80% da alimentação diária recomendada para o roedor. Além das frutas não fornecerem este nutriente tão necessário, quando maduras, elas contém muito açúcar, por isso, a preferência para os petiscos segue sendo legumes e hortaliças.
“O animal precisa mastigar diversas vezes para evitar problemas como o crescimento excessivo dos dentes. Fora isso, o alto teor de fibras facilita passagem do alimento através do intestino delgado e grosso. E, por fim, o alimento seco auxilia no controle de problemas renais ao estimular o consumo de água”, esclarece André Grespan, médico veterinário especializado em animais selvagens.
Os especialistas concordam que a ração deve estar presente na dieta diária. “Em geral, evite fórmulas multiespécie, confira se há ao menos 18% de proteína bruta, 10% de fibra bruta e vitamina C na composição”, recomenda Telma. A médica inclui um alerta sobre a conservação da embalagem, já que a vitamina C se degrada em contato com o ar e luz. Guardá-la bem fechada e em um local escuro é primordial para retardar o processo e garantir a entrega do nutriente para o animal.
Para finalizar, Telma relembra a importância de manter uma rotina alimentar diversa para o animal.
O porquinho-da-índia é uma espécie conhecida por recusar novos alimentos, a ponto de “morrer de fome”, ao se manter fiel ao “menu” usual. “Para evitar este comportamento, o tutor pode oferecer desde filhote pequenas quantidades de rações, misturando duas ou mais marcas, assim como um maior número de alimentos frescos, por exemplo, folhagens e vegetais”. Na dúvida, não exite em procurar o médico-veterinário para o acompanhamento do seu animal.
Laís Seguin
lais.seguin@jpjornal.com.br
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