Articulistas do JP resgatam memórias sobre a escritora Lygia Fagundes Telles

Por Laís Seguin |
| Tempo de leitura: 2 min

A mais amada escritora brasileira faleceu neste domingo (3) de causas naturais

A escritora que deu voz às mulheres por meio de suas personagens, Lygia Fagundes Telles, faleceu na manhã deste último domingo (dia 3). Aos 98 anos de idade, ela foi uma das mais amadas escritoras brasileiras e morreu de causas naturais, segundo a ABL (Academia Brasileira de Letras). Alguns dos articulistas do JP tiveram o prazer de conhecer a dama da literatura nacional, como a escritora Ivana Maria França de Negri bem como o professor e jornalista José Antonio Carlos David Chagas. Ocupante, até então, da cadeira 16 da ABL, ela foi velada no mesmo dia do falecimento na APL (Academia Paulista de Letras) e cremada no cemitério da Vila Alpina (SP). O Governo do Estado de São Paulo decretou luto oficial ontem (segunda-feira) por três dias.

Com seu estilo elegante e ‘ecos machadianos’, ele recebeu os maiores prêmios da literatura brasileira: Camões (2005), Jabuti (1966, 1974 e 2001) e o Guimarães Rosa (1972). Ivana a conheceu em 1998 durante um evento na cidade promovido pelo Instituto de Atualização e Cultura Feminina, presidido por Sonia Nechar. “Eu me lembro (faz 24 anos!) que ela começou a palestra falando de sua tia avó, que ousou se apaixonar por um mulato e, numa época em que escrever era para homens, ela escrevia poesias. Literalmente morreu de amor, e foi enterrada com seus poemas inéditos… Gostei tanto que escrevi um texto. E qual não foi minha surpresa quando recebi pelo correio um livro autografado por ela”, conta Ivana que recebeu um clássico da autora, ‘Ciranda de Pedra’, com direito a dedicatória. “Ivana, com este romance tão antigo (1954!) agradeço a generosidade de suas palavras, merci! Estou viajando para Barcelona (Feira do Livro), mas antes deixo aqui meu melhor abraço”, diz a dedicatória.

O professor Chagas esteve com Lygia por diversas vezes. “Estar com esta dama da literatura e ser humano único, fez-me sempre um bem enorme. Carrego comigo esta herança bendita de meus pais que me ensinaram a devotar-me à literatura e à escrita. Conheci tantos bons escritores. De alguns, posso dizer, fui amigo, como de Carlos Drummond, Cora Coralina e Luiz Fernando Veríssimo. Guardo cartas, conversas, textos inéditos e o bem que a vida me proporcionou e pude, com cuidado pedagógico, transmitir a meus alunos nem sempre capazes de entender bem o real objetivo de ser professor como a educação espera.”

Cristiane Bonin
cristiane.bonin@jpjornal.com.br

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