De maus-tratos a companheira do autismo, Pandora tem nova casa

Por cris.azanha |
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Cadela auxilia sua companheira Luana na descoberta de um novo mundo com fidelidade canina

Que os cães são os melhores amigos dos homens, isso todo mundo já sabe. Quem tem uma proximidade com os animais sabe que seja ele qual for apresentam uma capacidade ilimitada de amar. No caso dos cães o amor é misturado com a fidelidade. No caso de Pandora, uma cadela sem raça definidade, que ficava amarrada em uma janela, hoje sua vida foi mudada radicalmente, ela ganhou um quintal imenso para correr e ainda ganhou uma companheira inseparável, a pequena Luana, de apenas 2 anos e meio, que foi diagnosticada com espectro Autista.

A nova integrante da família da funcionária pública Cristiane Reis, que mora no Santa Rosa está auxiliando na descoberta do mundo de sua amiga que apesar da pouca idade tem uma certa dificuldade com o contato físico. “Para nossa família também é uma descoberta a cada dia. Em casa tínhamos apenas três gatos, que também não gostam muito de contato. Eu vi uma matéria no Jornal de Piracicaba sobre o resgate de Pandora, nós decidimos adotá-la. Acho que foi a escolha certa, pois ela tem muita energia e em apenas poucos dias já percebi a melhora no comportamento da minha filha”, disse Cristiane.

A protetora Thaty Freitas disse que a cada resgate bem sucedido e uma adoção com amor é uma alegria pelo trabalho bem feito.

“Os animais utilizam a linguagem praticamente da leitura corporal. Desta forma a integração entre caes e crianças autistas é uma alternativa muito interessante, pois o vínculo de companheirismo é amizade que pode ser criado entre os dois tende a contribuir para o desenvolvimento das habilidades sociais das crianças diagnosticadas com o transtorno”, disse Thaty, que também é especialista em comportamento dos cães.

A psicóloga Érika Penha atuou 19 anos com crianças autistas, mas atualmente centraliza com os pais que são auxiliados nos contatos nos vários graus de autismo. “Sempre indiquei o contato com cachorros, pois eles tem interação, pois vão subir no colo. Dependendo do grau do autisto há a dificuldade da interação social. A convivência com o cão, pode melhorar, inclusive os contatos na escola”, disse a psicóloga.

Érika disse que na maioria das vezes quem precisa mesmo de um psicólogo são os pais, que podem passar pelo processo de negação. “Já a criança tem apenas a nos ensinar, os autistas são seres de muita evolução. Nós temos muito a aprender com eles”, completou.

Cristiane disse que está feliz com a adoção de Pandora, que tem a energia de um furacão. “Nós, pais, precisamos fazer tudo o que for necessário para melhorar a qualidade de vida dos nossos filhos. As dificuldades existem para ser superadas, mas tudo depende de como a gente olha para ela”, disse a mãe de Luana.

Cristiani Azanha
crisazanha@jpjornal.com.br

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