Setembro Amarelo

Por Ana Pascoalete |
| Tempo de leitura: 3 min

E mais um setembro amarelo desde 2003, ano de inicio da campanha, esse é o mês intensificado ao movimento nacional que salva vidas, desde 2014 em parceria com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Conselho Federal de Medicina (CFM), e nasceu com Centro de Valorização a Vida (CVV). Mês esse escolhido devido dia 10 de setembro, que é o dia mundial da prevenção ao suicídio.

No Brasil são registrados mais de treze mil casos de suicídios anualmente, e mais de um milhão em todo o mundo. Infelizmente essa triste realidade vem se apresentando com indices crescentes no mundo, principalmente entre os jovens. Cerca de 96,8% dos casos de suicidio no passado estavam relacionados a transtornos mentais, relacionados a depressão, transtorno afetivo bipolar e abuso de substâncias, e com o objetivo de prevenir e reduzir esses indices a campanha que ocorre durante o ano inteiro, intensificando-se nesse mês, cresceu e atualmente abrange todo o país, e para esse movimento manter –se fortalecido é necessario o apoio de toda a sociedade.

Com muito esforço, federações e nucleos envolvidos, a cada ano a campanha ganha mais espaço público e privado no Brasil, e em tempo de pandemia não poderia ser diferente e a campanha ganhou ainda mais relevância, pelo fato do suicídio ser resultado do agravamento de doenças relacionadas a saúde mental, e todas as limitações governamentais impostas como medidas de segurança para evitar agravamento do coronavirus, estimulando o desencadeamento de ansiedade e depressão, merecendo maior atenção até que se encerre esse periodo mais critico.

Determinados comportamentos sinalizam quadro de perigo, necessitando de cuidados, como por exemplo o isolamento emocional e social estimulado na população, com ausencia de comunicação anteriormente estalecidade como comum, irritabiliade atipica, alteração no sono, sintomas fisicos como dor no estomago, alteração intestinal, que não se associam a nenhum diagnóstico médico.

Vale salientar que nosso corpo e nossa mente são indivisiveis e tendemos a viver permanentemente em tensão entre o biologico e o social, e em muitos momentos não percebemos que mediante situações novas e contextos de grande impacto (pandemia) podemos ficar com nosso funcionamento psiquico bastante alterado. Com isso, é necesario reconhecer que as dificuldades emocionais podem frequentemente ser manifestações psiquicas que merecem ser consideradas como sinais de luta e não representam isoladamente doença ou fraqueza.

Aprender com todas as adversidade da vida, é uma oportunidade em perceber nossas verdadeiras necessidades, reconhecendo inclusive nossos sintomas como estresse, ansiedade e depressão, e se aproveitarmos esse sinal de alerta, em meio de uma luta, podem ser enriquecedores para nosso crescimento, trabalhando em prol do nosso organismo e desenvolvimento da nossa própria personalidade. É extremamente preocupante quando o individuo não consegue sentir-se em risco, mais esta gritando por ajuda, negando pra si mesmo o que esta sentindo.

Posteriormente ao momento critico da pandemia o estresse pós traumatico pode instalar-se a qualquer momento, com o social mudando, o cultural se transfornando e o individuo a reboque, tentando resistir, consciente ou insconsciente.

Existem ainda muitos individuos rigidos em busca de manter seus antigos personagens, produzindo a formação de neuroses, como necessidade de mascarar o buraco entre o desejo e a possibilidade do sujeito, desencadeando alertas na forma de sintomas, mais uma vez momento de alerta, e vale aproveitar a ocasião para buscar ajuda, visando construir e fortalecer se psiquicamente em formas de viver da melhor maneira possivel.

Estudos publicados em 2021 pela CNN, relacionando o coronavirus e o suicidio surprienderam, pois apontaram que o medo, o contagio, o confinamento e as incertezas não levaram necessariamente ao aumento de mortes imputadas a si. Os suicidos inclusive no Brasil se mantiveram em indices estaveis.

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