A definição da pedofilia, que é uma perversão sexual, é caracterizada pela atração sexual em vigência por crianças pré púberes e a desordem em caso de fatores adicionais. Fatores esses, que aderem sofrimento e prejuízos significativos por fantasias e atitudes como pornografia infantil, podendo estender para crimes de abuso sexual infantil. A pedofilia acomete aproximadamente 1% da população mundial, porém se incluir indivíduos com fantasias sexuais de âmbito pedófilo, estima-se que abrange aproximadamente 5% da população do sexo masculino.
Vale informar do ponto de vista clínico, que existem homens pedófilos que conseguem restringir o seu desejo de contato sexual por crianças à apenas fantasias, enquanto outros homens estão vulneráveis a cometer crimes, pois fantasiar sozinho não gera satisfação o suficiente para conter seu desejo sexual. Existem ainda homens pedófilos incluindo os que cometeram crimes sexuais contra crianças, dentre esses indivíduos existem aqueles que sentem remorso e procuram por tratamento no intuito de evitar recaídas, enquanto outros, não.
Pesquisas sugerem que a ideia de um fenômeno complexo e multifatorial influência a genética, atrelados a eventos estressantes, de processos específicos de aprendizagem, como pertubações na integridade do cérebro que podem gerar este fenótipo específico de preferência sexual.
Para a neurociência o teor das fantasias sexuais, principalmente durante a masturbação tende a revelar as preferências e práticas favoritas, como gênero, idade, qual seria o tipo corporal de atração de cada pessoa. Homens com tendência a pedofilia apresentam na maioria dos casos, histórico de transtornos psiquiátricos, que muitas vezes podem mascarar a descoberta pela perversão. Entre pedófilos em tratamento residencial ou ambulatorial, dois terços apresentaram um histórico de vida com transtornos de humor e ou ansiedade, ainda 60% com histórico de abuso de substâncias, e 60% estão diagnosticados com transtorno obsessivo-compulsivo. Atualmente, casos graves de abuso sexual em crianças estão estampados nas capas de jornais com mais frequência, principalmente é possível identificar seu aumento nesse período de pandemia e há muita confusão na forma em que o assunto é tratado na esfera pública, e esses crimes geram consequências incalculáveis para a saúde mental e física de milhares de crianças todos os anos. Segundo o artigo da Neurobiologia e Psicologia da Pedofilia: Avanços Recentes e Desafios’’, somente 50% dos casos de abuso sexual infantil são praticados por pedófilos.
Vale apontar que nenhum individuo escolhe ser pedófilo, e a pedofilia é uma condição psicológica, provavelmente incurável, para a qual ainda há poucas alternativas de tratamento. É em resumo, uma espécie de orientação sexual com preferência etária, que possui, claro, as mais severas implicações éticas. Uma solução para conter os impulsos sexuais é por meio de medicação controlada psiquiátrica que reduz as taxas de testosterona do organismo do indivíduo. Sessões de psicoterapia também contribuem para o suporte emocional no decorrer do tratamento.
Pedófilos em geral não sentem prazer somente no ato sexual, mas na convivência com a criança, ainda tende a apresentar dificuldades no convívio social com outros adultos. Porém, podem estabelecer fortes laços emocionais com crianças abusadas, que vão além do prazer sexual. Não se sabe ao certo se essa estratégia de aproximação que torna a criança mais propensa a confiar no abusador ou se o pedófilo sente enorme bem-estar na convivência com crianças pré púberes, substituindo os laços sociais e apresentando dificuldade em estabelecê-los com indivíduos da mesma faixa etária.
E ainda para piorar a situação, torna–se muito comum que a criança não perceba claramente o momento da transgressão, e que mesmo que sinta-se incomodada com a ação, não crie objeções, por receio em colocar em risco sua relação com o abusador, pois vale evidenciar que nem sempre há ameaças evidentes. O pior é que somente uma parcela reduzida dos crimes sexuais contra crianças chegam às autoridades.
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