Lázaro Barbosa

Por Ana Pascoalete |
| Tempo de leitura: 3 min

O caso que mobilizou as forças de segurança e a população em geral. Quem não ouviu em algum momento sobre Lázaro e não deu um palpite sobre ele? Muitos especialistas posicionaram suas opiniões sobre as características da personalidade desse assassino, diretamente relacionadas com o crime que cometeu, parecendo que o perfil de Lázaro se assemelhava ao de um Spree Killer, assassino capaz de matar várias pessoas em um tempo curto, de maneira aleatória, não buscando por vítimas com características semelhantes, como costuma atuar os assassinos em série.

Lázaro tinha um perfil de assassino desorganizado, com tendências a não realizar um planejamento prévio, apresentando agressividade e impulsividade. Muitas pessoas questionaram se ele era um psicopata, porém para ocorrer essa constatação é necessário uma análise detalhada das suas funções psíquicas. Lázaro apresentava histórico de prisão em 2013, por porte ilegal de arma e estupro, e ao ser coletado os dados sociais de seu histórico de vida foi possível observar fatos que pode ter gerado prejuízos significativos em seu desenvolvimento psicossocial, como agressões familiares, abuso de álcool e drogas, perda por falecimento familiar, evasão escolar, exploração do trabalho infantil e condição financeira precária.

Essas experiências vividas no decorrer do desenvolvimento emocional podem desencadear gatilhos para um indivíduo que apresenta tendências a predisposição de transtornos de personalidade. Na ocasião de uma das prisões no passado foi avaliado por um psicólogo que produziu um laudo apontando que Lázaro apresentava tendências a características como: agressividade, ausência de mecanismos de controle, dependência emocional, impulsividade, instabilidade emocional, esforço para manter equilíbrio bastante frágil, preocupações sexuais e sentimentos de angústia.

Mesmo com o laudo psicológico apontando suas características perigosas ele foi reintegrado à sociedade e recentemente matou uma família composta por quatro pessoas no Distrito Federal e após o homicídio foi procurado por mais de 300 policiais e cães farejadores no decorrer de dias até ser encontrado e morto. Muitos o caracterizaram como um serial killer, porém esse é um perfil de criminoso com psicopatologia que comete crimes com uma determinada frequência, seguindo um modus operanti e na maioria das vezes deixa sua assinatura como por exemplo: cortando o cabelo das vítimas, costurando sua boca, retirando os olhos e ou levando algo como troféu.

O serial killer costuma matar com crueldade, perversão sentindo muito prazer no momento de tirar a vida de suas vítimas, vê-las implorar para viver. Em caso de um Mass Murder, seria o assassino que comete homicídio em massa, de maneira indiscriminada, por exemplo naqueles casos em que o assassino entra na escola e ou no cinema e atira ou envenena todos. Lázaro também não parecia se enquadrar na psicose, que é uma doença mental que provoca a alteração da realidade, onde o indivíduo é capaz de construir um mundo próprio em sua mente, vivendo um delírio e sofrendo de alucinações, ouvindo vozes, visões.

Ele mais se enquadrava a uma pessoa cruel com tendências a uma capacidade de subsistência bem desenvolvida. Passou pelo sistema carcerário no passado, com uma história de vida difícil, com características de personalidade de um indivíduo que sentia prazer em matar, agredir e violar.

Porém há muitos Lázaros em nossa sociedade, e será possível ressocializar um delinquente ou o ciclo só será encerrado quando não puder mais cometer seus crimes? Será que a legislação brasileira está preparada para reconhecer e abarcar outros casos semelhantes a ‘’esse’’? Fica a reflexão.

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