Viver com um individuo que experiencia a adolescência tardia exige muita demanda energética e essa fase pode estender –se por muito tempo. E vale evidenciar que essa condição ocorre com muita frequência e vem aumentando. E para abordarmos esse assunto é necessário compreender que a transição da adolescência para a vida adulta não é um período nada fácil. É muito comum identificarmos que a idade cronológica não esta relacionada a maturidade, e isso deve-se a mudança da expectativa de vida da população
Desta forma naturaliza-se a ideia de que a adolescência pode ser prolongada, outro ponto pode ser visto com as contribuições da neurociência com estudos que apontam que o cérebro humano desenvolve-se até aproximadamente vinte e cinco anos. A adolescência tardia apresenta impactos na vida social, familiar desses indivíduos que tendem a permanecerem por mais tempo residindo com os pais, ou comportando –se como filhos de seus cônjuges e ações psíquicas que caracterizam a adolescência que parece não finalizar, inclusive com ansiedade aumentada e depressão.
Está cada vez mais habitual identificarmos entre indivíduos com idade aproximadamente de quarenta anos da nossa convivência, atitudes semelhante aos jovens de quinze anos, pesquisam realizadas com professores do ensino médio e professores do ensino universitário apontam que não ha diferenças entre as atitudes desses jovens. E entender esses jovens podem auxiliar em mediações adequadas para que eles sintam –se apoiados e possam viver a transição para a vida adulta sem co-dependencias.
Vivemos um momento de grande exigência de qualificações profissionais, e essa demanda não é facilitada para indivíduos que necessitam trabalhar para o sustento da família, com isso também tem seu tempo escasso para investir em formação profissional. Desta forma viver na casa dos pais, ou com demais adultos que ofereçam suporte pode ser uma excelente estratégia, porém o excesso de liberdade, pressão para qualificação profissional, podem estimular para que os jovens não apresentem condutas apropriadas.
Para fortalecer esse processo de amadurecimento é necessários que os adultos, familiares que convivam com esse adolescente tardio estabeleça combinados e horários, sobre o funcionamento da casa, refeições de forma que todos se comprometam com as divisões e participações das tarefas a serem realizadas, para que nenhum membro fique sobrecarregado. Pois no contexto da convivência é justo que todos os membros da família assumam responsabilidades compatíveis com seu tempo e habilidades para a convivência saudável. Outro item muito importante é planilhar as contas da casa de forma que todos os integrantes da família tenham conhecimento e possam contribuir com as despesas, cumprindo com os prazos de vencimento das contas, e isso não é nenhuma punição, mas é uma forma de estimular a maturidade, demonstrando o custo da casa e conforto do qual se beneficia.
É importante que todos compartilhem opiniões, e as decisões precisam ser assumida de forma que cada individuo consiga cumprir com o que comprometeu-se. Desta maneira é possível amparar esse individuo para que ele consiga amadurecer e perceber-se enquanto pessoa com idade cronológica compatível as suas atitudes e desta forma sentir –se seguro, fortalecido para viver escolhas bem-sucedidas. A procura por ajuda nesse processo de vulnerabilidade social, poderá contribuir auxiliando no equilíbrio do idealismo e a intensa crença de capacidade de se entusiasmar com o futuro. Pois esses adolescentes tardios apresentam grande dificuldade em fazer renúncias e uma tendência que a inconformidade se apodere deles.
Se a fase começar se prolongar é necessário não resistir a procura por um psicólogo, evitando deixar essa fase tornar-se cronica, sem que o individuo perceba, e isso o levar a renunciar ou privar-se de grandes experiências na vida.