O fim de 2020 aproxima-se, depois de um ano marcado pela pandemia da covid-19 e a população brasileira apresentando indices de ansiedade aumentada, segundo pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que aponta que nesse ano, 80% da população ficou mais ansiosa.
Essa pesquisa mostrou que a população passou a desenvolver ou aumentar sintomas de estresse, ansiedade, depressão, dentre desestabilizar quadros psiquiátricos que apresentavam-se estabilizados, e quando comparados os dados da pesquisa brasileira com os de outros países, como a Itália e China, com indices aumentados que chegam a impactos 30%, concluimos que nossa população sentiu mais os impactos na saúde mental e esse fator pode estar vinculado a questões socioeconomicas e culturais, com renda familiar e escolaridade que tendem a ser mais baixa e, consequentemente, deixam a população em situação de maior vulnerabilidade, pois quando a população tem acesso a bons niveis de escolaridade e renda, auxiliam como amparo e proteção.
A pesquisa brasileira identificou ainda que os indivíduos que apresentam mais sintomas são as mulheres, os mais jovens, os de menor renda e menor escolaridade e, ainda, os que já tinham histórico de alguma doença psiquiátrica prévia. Desta forma podemos evidenciar que a covid-19 não é apenas uma doença sistêmica, que pode levar a óbito, apresentando também fortes sequelas emocionais e pautado em referências das pandemias que ocorreram no passado, não basta imunizar a população para os sintomas cessarem, pois podem persistir, após o quadro patológico instalado e prolongar-se no decorrer de longo tratamento psiquiátrico e psicológico e em alguns casos por toda a vida, a recuperação dependerá muito de individuo para individuo e de como cada um elabora as causas do sintoma.
A pandemia pode promover um grande impacto na sáude mental e pública no nosso País e vale refletir que nossos governantes estão preocupados com os impactos dos gastos emergencias e nas verbas que precisaram ser cortadas para nossa economia não entrar em colapso, No último dia 3 de dezembro, na reunião do Conass (Conselho Nacional de Secretarios da Saúde) foi proposta a alteração e destituição de diversos serviços e programas da Raps (Rede de Atenção Psicossocial), que atendem os usuários de saúde mental no SUS (Sistema Único de Saúde) e que reafirma e reassegura o direito à saúde e a saúde mental para toda a população.
Então, essa proposta é um retrocesso no campo da saúde mental, propondo um desmonte do cuidado em rede de liberdade, tendendo a recuperar práticas amplamente denunciadas por violarem os direitos humanos em um momento que as pesquisas científicas apontam o aumento de demanda da população brasileira para esses serviços.
Com isso estimulo a todos refletir e observar a conduta das ações do governo federal contra a pandemia do coronavírus e a declaração de seus responsáveis, não é necessário reflexões muitos profundas, pois evidentemente estão or meio das mídias diariamente. Enquanto tantos trabalham em prol da vacina em busca de imunização da população mundial, outros a transformam em causa política, dificultando a finalidade prioritária em salvar vidas.