
João Pedro, de 1 ano e 11 meses, nasceu com os ombros virados para baixo e os cotovelos virados para cima, condição decorrente da artrogripose múltipla congênita, doença rara que impedia o bebê de movimentar os braços e mãos.
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A mãe, a dona de casa Carla Penha da Silva, 39 anos, só descobriu a doença do menino, o caçula de três filhos, no momento do parto. Suas articulações eram enrijecidas e encurtadas. A história foi revelada pelo portal UOL.
“Após o parto, quando o efeito da anestesia passou e eu fui para o quarto e vi meu bebê, foi que a ficha começou a cair. Chorei muito, mas ali mesmo já decidi que iria lutar pelo meu filho, para que ele pudesse ter uma vida normal”, disse Carla ao UOL.
Devido à doença, o bebê não teve alta após o nascimento e, aos seis dias de vida, foi encaminhado ao Into (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia) para começar o tratamento.
Inicialmente, os profissionais fizeram uma espécie de tala com ataduras e esparadrapos, na tentativa de "esticar" os braços do recém-nascido, mas ele teve reação alérgica ao material e foi preciso suspender o tratamento por duas semanas até que o bebê se recuperasse.
"Não tínhamos nenhum histórico de caso como o dele, então eu precisei ir estudando o caso e desenvolvendo o tratamento de acordo com as necessidades específicas do João Pedro", disse Maria da Conceição Soares, terapeuta ocupacional que acompanha o tratamento do bebê.
Com menos de um mês de vida, João Pedro começou a usar uma órtese estática no cotovelo, onde as articulações apresentavam muita rigidez. O dispositivo ortopédico era colocado por cima da roupa para não machucar a criança ou causar alergias.
Enquanto o procedimento corrigia essa parte do corpo do bebê, a equipe médica seguia fazendo exames e traçando os próximos passos do tratamento.
"Em seguida, trabalhamos o alinhamento do punho com uma órtese que mantinha os braços posicionados à frente do corpo. Depois, o foco foi melhorar o movimento dos dedos, que é essencial para segurar objetos", explica Maria da Conceição.
Tratamento.
Desde o nascimento, João Pedro faz acompanhamento com uma equipe que inclui terapeuta ocupacional e fisioterapeutas semanalmente. Devido à fase de crescimento, as órteses são trocadas frequentemente.
Atualmente, o menino já consegue realizar atividades comuns para crianças de sua idade, como pegar objetos, comer sozinho e brincar.
João Pedro deverá seguir o acompanhamento e tratamento até a adolescência, quando termina a fase de desenvolvimento e crescimento ósseo. Com o acompanhamento, é esperado que ele consiga movimentar o braço normalmente e tenha qualidade de vida.
Artrogripose é uma doença congênita rara que afeta um a cada três mil nascidos. Ela tem como característica a rigidez das articulações e deformidades que limitam os movimentos dos membros. Pode afetar braços, cotovelos, mãos, pernas, joelhos e pés.
Ela é diagnosticada logo ao nascimento e acontece, principalmente, em bebês que tiveram algum problema que prejudicou a sua capacidade de se movimentar, como diminuição do líquido amniótico, alterações genéticas ou doenças relacionadas com a mãe, como esclerose múltipla.
* Com informações do portal UOL