INVESTIGAÇÃO

Religioso é preso por fazer mulher transar com 'entidade' no Vale

Por Da redação | Bananal
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução

Um líder religioso foi preso no Vale do Paraíba suspeito de levar mulheres a se relacionarem sexualmente com uma suposta entidade espiritual, que ele incorporaria. O sexo era filmado e, segundo a polícia, o suspeito usava as imagens para chantagear as mulheres a manter relações sexuais com ele, que é investigado por estupro e violação sexual mediante fraude.

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O homem tem 51 anos e foi preso na manhã de 10 de abril, no bairro Vila Bom Jardim, em Bananal. Policiais militares foram até o endereço e o prenderam em cumprimento a mandados de prisão temporária e busca e apreensão. Ele disse à polícia que também trabalha na área de jardinagem e paisagismo.

No local, foram apreendidas diversas bebidas alcoólicas, câmeras de monitoramento e peças íntimas femininas. O telefone celular do investigado também foi apreendido. O aparelho era utilizado para registrar e armazenar os conteúdos ilícitos. O líder religioso continua preso e a Polícia Civil vai pedir a conversão da prisão temporária em preventiva.

Até o momento, cinco vítimas se apresentaram e relataram abusos sofridos nas mãos do líder religioso. A Polícia Civil acredita que há mais mulheres que tenham sido abusadas por ele.

A investigação apontou que ele dopava as mulheres com bebida e praticava os atos sexuais sem consentimento delas, algumas vezes se passando por uma entidade espiritual. Então, ele tirava fotos e gravava vídeos do sexo e ameaçava expor as imagens das vítimas, caso elas não continuassem a ter relações sexuais com ele.

Em depoimento à polícia, o homem negou as denúncias e disse que os casos aconteceram por intermédio da entidade que ele incorporava, sem ele estar consciente dos atos praticados durante as sessões.

Denúncia.

O caso começou quando uma mulher de 24 anos resolveu denunciar os abusos. Ela registrou um boletim de ocorrência no começo do mês e disse que procurou apoio espiritual de um “gira espírita” em Bananal, sendo acolhida pelo investigado.

Ela começou a realizar uma purificação na qual tinha que ficar nua, com o líder passando a mão pelo seu corpo, mas não nas partes íntimas. Contudo, o homem dizia que uma entidade entrava em seu corpo e começava a passar as mãos nas partes íntimas da mulher.

Após aproximadamente duas semanas de tratamento para a cura espiritual, o líder informou que as entidades “determinaram que fosse realizado um novo ritual”, no qual ele tinha que tirar fotos da mulher nua.

A mulher admitiu que, em um primeiro momento e por vontade própria, se envolveu sexualmente com o religioso. Mas quando decidiu terminar o relacionamento, o homem a ameaçou dizendo que as “entidades poderiam expor as fotos dela na internet”. Ele teria dito ainda que as “entidades” ameaçavam matar os pais dela, arrancando-lhes a cabeça, caso a vítima não continuasse transando diariamente com ele.

Com medo das ameaças e da exposição do caso em uma cidade pequena como Bananal, a mulher manteve o relacionamento com o homem. Porém, ela disse que chegou ao limite e decidiu denunciá-lo, gerando a investigação por parte da Polícia Civil.

A mulher confirmou que no local em que a suposta “entidade” fazia sexo com ela havia câmeras de monitoramento, utilizadas para filmar as sessões sexuais.

As investigações apontaram que o suspeito utilizava sua posição de influência para manipular a vítima, registrando vídeos e fotos íntimas sem consentimento, os quais eram utilizados como forma de coação para manter relações, sob o pretexto de envolvimento com uma suposta “entidade espiritual”. O caso segue em investigação.

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