Dois homens foram assassinados no mesmo bairro de Cruzeiro em um intervalo de sete dias, o que aumentou a preocupação de moradores com a onda de violência. “Onde vamos parar com essa violência. Estamos presos dentro de casa”, disse uma moradora.
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A cidade tem 26,68 vítimas de homicídio por 100 mil habitantes, a segunda maior taxa do estado de São Paulo, atrás apenas de Lorena (28,28).
Nos últimos 12 meses, Cruzeiro registra 20 pessoas assassinadas. Neste ano de 2025, de acordo com moradores, já são sete vítimas de homicídio na cidade. A última delas foi morta na madrugada de domingo (13), na avenida Luís Bitencourt, no bairro Itagaçaba, um dos bairros mais violentos da cidade e da região.
De acordo com o boletim de ocorrência, um homem de 22 anos, identificado como José Carlos, foi encontrado morto com ferimentos causados por arma de fogo. No mesmo local, uma mulher de 51 anos foi socorrida baleada à Santa Casa da cidade.
Testemunhas relataram que um veículo passou pela via efetuando os disparos contra as vítimas. A Polícia Científica foi acionada para realizar a perícia no local do crime, que segue em investigação pela Polícia Civil.
O crime aconteceu no mesmo ponto onde, no dia 6 de abril, ocorreu o homicídio de Jefferson Lima da Silva, conhecido como “Bill Barbeiro”, aumentando ainda mais o clima de insegurança na região.
Jefferson foi candidato a vereador na eleição de 2024, pelo partido União Brasil. Ele recebeu 102 votos e ficou como suplente. Ele era barbeiro e mantinha um estabelecimento no bairro Vila Pontilhão.
Segundo informações, Jefferson foi baleado e chegou a correr para dentro de um estabelecimento comercial na avenida Luiz Bittencourt, onde tentou pedir socorro. Ele entrou no local ferido, pedindo ajuda, e foi socorrido por populares para a Santa Casa. No entanto, ele não resistiu aos ferimentos e faleceu.
“Nunca vai parar isso? Todo dia tem praticamente um [homicídio]. Infelizmente, a gente não tem mais segurança. Triste uma cidade que era tão tranquila, a gente ficava nas praças até tarde e agora fica com medo de sair”, afirmou um morador de Cruzeiro.
Mais violento.
Há um ano, a cidade de Cruzeiro registrava cinco mortes violentas em pouco mais de um mês, com três homicídios em 24 horas. Na cidade, o bairro de Itagaçaba se tornou território de terror, com disputa de gangues e assassinatos em sequência.
A cidade passou por uma escalada de violência nos últimos anos. Com apenas seis pessoas assassinadas em 2001, Cruzeiro viu o patamar subir para 28 em 2023, com recorde de 42 vítimas em 2021. Com isso, a média de mortes violentas por ano passou de sete, entre 2001 e 2010, para 20 no período de 2011 a 2023.
A cidade terminou o ano passado com 23 mortes e ainda não registrava assassinatos no primeiro bimestre de 2025, segundo dados oficiais da SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo).
