Seis meses após anunciar que havia desistido de conceder à iniciativa privada o imóvel que fica na Praça Monsenhor Silva Barros (Praça da Eletro) e que era utilizado como centro de compras desde 1971, a Unitau (Universidade de Taubaté) decidiu fazer uma nova tentativa de alugar o espaço - que será a oitava.
Dessa vez, a universidade aceitará ofertas a partir de R$ 141 mil por mês (o que representa R$ 1,7 milhão por ano), por uma locação válida por 15 anos. Nas outras sete tentativas, realizadas entre fevereiro e novembro de 2023, o valor mínimo começou em R$ 204 mil por mês e depois baixou para R$ 157 mil por mês.
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As propostas poderão ser feitas até o dia 27 de setembro, quando será promovido o leilão - vencerá a disputa (caso houver uma) a empresa que fizer a proposta com valor mais alto.
Recuo.
Em março desse ano, após as sete primeiras tentativas frustradas de licitação, a Unitau anunciou que havia desistido de fazer a concessão e que o imóvel seria utilizado como centro de eventos. Para isso, passaria por uma reforma estimada em R$ 500 mil.
A nova tentativa de licitação ocorre após o empresário Luciano Hang, proprietário da rede de lojas Havan, ter visitado o imóvel, no início do mês passado. Na ocasião, a universidade afirmou que não havia nenhuma negociação com a empresa e que mantinha "o planejamento e o cronograma de implantação do Centro de Eventos Unitau".
Nessa quinta-feira (5), após a publicação do novo edital, a Unitau negou que tenha havido uma "mudança" nos planos e ressaltou que "a feira de profissões, por exemplo, será realizada no espaço no fim do mês". "O edital está publicado. Se surgir interessado, o imóvel será desocupado. Caso contrário, seguimos com o projeto do Centro de Eventos", afirmou a universidade.
Imóvel.
O prédio, de 11,8 mil metros quadrados, é avaliado em R$ 55,1 milhões. Em janeiro de 2023, após o fim do contrato de aluguel com o Grupo Pão de Açúcar, o governo José Saud (PP) manifestou interesse em transferir a sede da Prefeitura de Taubaté para esse imóvel, mas a negociação com a Unitau não evoluiu - a universidade pedia ao menos R$ 2,4 milhões por ano para a locação, mas o município aceitava pagar apenas R$ 1,4 milhão.
Em meio ao impasse, Saud editou um decreto em março de 2023 para declarar a área de utilidade pública, para fins de desapropriação, por via amigável ou judicial. No mesmo dia, o Ministério Público expediu uma recomendação em que solicitava a suspensão do ato, por suposta irregularidade. A Promotoria alegou que, caso isso não fosse feito, tomaria as medidas judiciais cabíveis – o que poderia incluir uma ação de improbidade administrativa contra o prefeito.
Como a recomendação não foi atendida, em junho do ano passado o MP instaurou inquérito para acompanhar o caso e pediu que a Prefeitura comprovasse de forma documental e contábil que possuía condições financeiras para fazer a "imediata indenização em dinheiro" pelo imóvel. Depois disso, Saud revogou o decreto.
