O anúncio foi feito ao lado da esposa, Rosana Dalla Torre, do aliado Emanuel Fernandes (PSDB), também ex-prefeito de São José e ex-deputado federal, e do prefeito de Jacareí, Izaias Santana (PSDB). Em seu discurso, Cury declarou que é "preciso corrigir rumos" de São José e garantiu que, ao lado de Emanuel, tem a capacidade de "interpretar" as soluções para o presente e o futuro da cidade.

"A presença do Izaias e do Emanuel é o 'caldo' da experiência, a importância de saber como é feito, mas que as coisas mudam com o tempo. Os desafios de 2005 a 2008 ou 1997 a 2004, quando o Emanuel foi prefeito, não são mais os desafios de hoje. Mas a nossa capacidade de interpretar o que vem pela frente sim, isso nos credencia a nos apresentar à nossa cidade. Por isso quero compartilhar com vocês, hoje, que eu aceito ser candidato a prefeito de São José", disse Cury.

Ex-prefeito entre 2005 e 2012, Cury lidera a corrida pelo Paço, de acordo com o levantamento OVALE/Sampi/Ágili Pesquisas, divulgado no dia 4 de junho. Cury lidera a disputa, com 36% e 37,30% das intenções de votos, nos dois cenários testados na pesquisa estimulada, quando o entrevistado recebe uma lista com o nome dos pré-candidatos. (Veja pesquisa na íntegra).

Ele tem vantagem de até 18,4 pontos percentuais sobre o atual prefeito, Anderson Farias (PSD), seu antigo aliado e hoje adversário político (veja a pesquisa). Além de liderar de forma isolada nos dois cenários testados para o primeiro turno, ele venceria seus principais adversários em eventuais enfrentamentos no segundo turno, aponta o levantamento exclusivo (Veja pesquisa na íntegra).

Também são pré-candidatos Wagner Balieiro (PT), Dr. Elton (União), Letícia Aguiar (PP), Wilson Cabral (PDT) e Toninho Ferreira (PSTU).

À época no PSDB, Cury foi prefeito de São José por dois mandatos, entre 2005 e 2012, sucedendo Emanuel, que governo entre 1997 e 2004, dando início a uma dinastia tucana na cidade -- partido venceu seis das últimas sete eleições joseenses. Após quatro anos de gestão Carlinhos Almeida (PT), de 2013 a 2016, Felicio Ramuth, à época no PSDB, venceu as disputas em 2016 e 2000, nesta última tendo Anderson com vice, em uma chapa pura.

Dois anos mais tarde, em 2022, Felicio e Anderson migraram para o PSD. Prefeito eleito, Felicio renunciou ao Paço, dando lugar a Anderson, e envolvendo-se na campanha para o governo estadual, ao final, sendo eleito vice na chapa de Tarcísio de Freitas (Republicanos). A mudança provocou uma ruptura no grupo, colocando Emanuel e Cury de um lado, Felicio e Anderson de outro.

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, chegou a afirmar que Felicio levaria uma "sova" e que Cury vai "ganhar de lavada" (leia aqui). Em entrevista a OVALE, Anderson afirmou que é "muito mais inovador" do que Cury e que os problemas de São José hoje são diferentes do tempo dos ex-prefeitos (leia aqui).

Discurso.

Nesta quinta-feira à noite, ao anunciar a decisão de disputar a prefeitura, Cury destacou o apoio da família, dos aliados e também "das pessoas nas ruas". Segundo ele, ser novamente candidato ao Paço não estava em seus planos, mas o apoio da população o fez mudar de posição.

"E depois de refletir bastante, conversando com essas pessoas, algumas pessoas mais próximas, e com todos vocês, eu refleti em ter uma mudança de posição. Isso não fazia parte dos meus planos alguns anos atrás, ser candidato novamente em São José dos Campos, mas avaliando tudo, o que eu ouvi de vocês e também muita gente nas ruas, gente até desconhecida, isso fez com que eu mudasse de opinião", declarou.

"Essa decisão, na verdade, ela tem vários fatores. Algumas pessoas acham que eu deveria ser candidato porque discordo de um grupo político, ou porque na verdade, nacionalmente, é importante, ou porque gostam do trabalho que foi feito lá atrás. Todas as coisas são importantes, mas o fator principal para a minha decisão foi a cidade de São José", declarou. "Se é importante para essas pessoas, é importante para mim também", completou.

Futuro.

Desde o início do ano, ao lado de Emanuel, Cury tem feito uma radiografia dos problemas da cidade.

"O fator final da minha decisão é o futuro de São José. Nós precisamos corrigir alguns rumos na cidade e isso, conversando com o Emanuel, que tem um pouco mais de experiência, com vocês, que são mais próximos da política, que me motivou a esse processo (...) O que me motivou, nos últimos dois ou três meses, quando esse processo começou a amadurecer, eu conversando com algumas pessoas que estão aqui e têm essa paixão também pela cidade, foi trocar ideias da grande cidade que São José pode ser ou continuar ser. Isso que me motivou a colocar o meu nome", disse.

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