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Compra de ingressos para Copa do Mundo envolve sorte e paciência

Por Luciano Trindade | da Folhapress
| Tempo de leitura: 4 min
Reprodução/Fifa
Comprar ingressos para as partidas envolve boas doses de sorte e paciência -além, é claro, de disponibilidade financeira
Comprar ingressos para as partidas envolve boas doses de sorte e paciência -além, é claro, de disponibilidade financeira

A pouco mais de seis meses do início da Copa do Mundo de 2026, sediada por Estados Unidos, México e Canadá, comprar ingressos para as partidas envolve boas doses de sorte e paciência -além, é claro, de disponibilidade financeira. A bola rola de 11 de junho e 19 de julho.

Uma semana após o sorteio que definiu os grupos da primeira fase e os possíveis caminhos de cada país no mata-mata, a Fifa inicia nesta quinta-feira (11) a terceira fase de comercialização dos bilhetes, descrita pela entidade como "sorteio por seleção aleatória". A abertura do sistema está prevista para as 13h (de Brasília).

A partir desse momento, e até 13 de janeiro, qualquer torcedor poderá acessar o portal oficial da Fifa, criar um "FIFA ID" e solicitar ingressos específicos (jogo, categoria e quantidade).

Nesta etapa, não importa se a inscrição é feita no primeiro ou no último dia, pois, segundo a entidade, não há vantagem por ordem de chegada. Após o encerramento do período, um sorteio será realizado em fevereiro, e os torcedores serão informados sobre os resultados. Se for selecionado, o valor do ingresso será cobrado automaticamente.

Para cada inscrição, há três resultados possíveis: "sucesso", quando o torcedor recebe todos os ingressos solicitados; "sucesso parcial", que dá direito a ingressos para apenas algumas das partidas escolhidas; e "sem sucesso", indicando que o comprador não foi sorteado. Haverá um limite de quatro ingressos por jogo e 40 no total por comprador.

A Fifa não divulgou oficialmente os preços dos ingressos. A exemplo do que fez na Copa do Mundo de Clubes realizada neste ano nos Estados Unidos, a entidade adotará um sistema de precificação dinâmica, com os valores sendo ajustados conforme a demanda.

Em jogos de seleções populares, como Brasil, Argentina, França e Inglaterra, os bilhetes devem ficar mais caros. Em confrontos de menor apelo, há a possibilidade de preços mais baixos.

Segundo o site The Athletic, houve reajustes significativos entre a primeira e a segunda fase de vendas. A publicação afirmou, ainda, que as entradas variavam de R$ 319 a R$ 33.949 na segunda fase. Um novo reajuste deverá ocorrer nesta quinta-feira. Os valores atualizados só serão exibidos após a abertura desta fase.

As duas fases anteriores também foram realizadas por sorteio. A primeira foi a "Visa Presale", exclusiva para portadores de cartão Visa. Depois, a "Early Ticket Draw", aberta ao público geral. Em ambas, os selecionados recebiam um horário para comprar ingressos conforme disponibilidade. Juntas, as fases venderam quase 2 milhões de bilhetes, com forte demanda dos países-sede e de mercados como Brasil, Inglaterra e Alemanha.

Existem quatro categorias de ingressos. Na categoria 1, são vendidos assentos na arquibancada inferior ou no setor nobre do anel superior. Na categoria 2, ficam os lugares no andar superior lateral. Na categoria 3, os assentos no setor superior atrás do gol. Já a categoria 4 corresponde aos cantos distantes e às áreas mais afastadas do campo.

Do total de bilhetes disponibilizados para cada partida, cerca de 8% serão destinados às federações dos países envolvidos nos confrontos. A venda desses ingressos será feita conforme os critérios definidos por cada entidade. Esses ingressos são descritos como "PMA tickets", equivalentes aos antigos pacotes por seleção.

A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) informou à reportagem que a Fifa disponibilizou duas opções para a comercialização das entradas: via site da Fifa (área My Team) ou repassando "Access Codes" (códigos de acesso) para os torcedores. Historicamente, a CBF usa o "My Team", pois sua avaliação interna é que o sistema funcionou bem nas últimas edições, atendendo à torcida brasileira.

Os pedidos de ingressos são submetidos a sorteio quando a demanda supera a capacidade. As vendas pelo My Team começam no dia 11 de dezembro e terminam em 13 de janeiro.

Para estrangeiros, o ingresso da Copa do Mundo de 2026 não garante entrada nos Estados Unidos. Será necessário obter um visto de visitante ou se enquadrar no "Visa Waiver Program". O governo americano recomenda solicitar o visto com antecedência, devido aos longos prazos.

Recentemente, a Fifa e o governo dos EUA anunciaram a criação do "Fifa PASS", que permitirá um agendamento acelerado das entrevistas (entre 6 e 8 semanas) para quem comprar ingressos pela plataforma oficial. Mesmo assim, o torcedor ainda precisará fazer a solicitação de visto normalmente, e a compra do ingresso não garante a concessão do visto.

O presidente Donald Trump afirmou recentemente que as agências governamentais trabalharam "para garantir que torcedores de futebol de todo o mundo sejam devidamente verificados e possam vir aos EUA no próximo verão sem problemas".

O presidente disse ainda que seu governo acelerou a emissão de vistos para cidadãos da maioria dos países, reduzindo o tempo de espera para 60 dias ou menos. Ele afirmou que a Copa do Mundo poderá gerar US$ 30 bilhões (R$ 159 bilhões) e criar 200 mil empregos.

O secretário de Estado, Marco Rubio, declarou que o Departamento de Estado contratou 400 funcionários consulares adicionais para processar pedidos, dobrando a presença em certos países.

De acordo com o presidente da Fifa, Gianni Infantino, entre 5 e 10 milhões de pessoas devem viajar aos Estados Unidos para assistir aos jogos.

Os jogos do Brasil no Grupo C da Copa do Mundo

Brasil x Marrocos - 13.jun, 19h (de Brasília)
MetLife Stadium, em East Rutherford

Brasil x Haiti - 19.jun, 22h (de Brasília)
Lincoln Financial Field, na Filadélfia

Escócia x Brasil - 24.jun, 19h (de Brasília)
Hard Rock Stadium, em Miami Gardens

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