ALERTA

Ciclone traz temporais e ativa gabinete de crise no Estado de SP

da Rede Sampi
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Reprodução/Climatempo
Mapa mostra risco de temporais no Estado de São Paulo
Mapa mostra risco de temporais no Estado de São Paulo

A população de São Paulo deve se preparar para uma forte mudança no tempo a partir desta terça-feira (9), após vários dias de calor intenso e baixa umidade. De acordo com a Climatempo, a virada ocorre por causa da expansão de áreas de instabilidade associadas a um ciclone extratropical que se desloca pelo Sul do Brasil e que deve provocar chuva forte, vento intenso e risco de eventos severos em todas as regiões paulistas.

O sistema começou a se intensificar entre a tarde e a noite desta segunda-feira (8), com a queda da pressão atmosférica entre o sul do Paraguai, nordeste da Argentina e o Rio Grande do Sul. Na madrugada desta terça (9), o ciclone se organiza completamente e leva seu centro para o oeste gaúcho.

Ao longo do dia, avança de oeste para leste, alcançando a região metropolitana de Porto Alegre à noite. Entre a madrugada e a manhã de quarta-feira (10), chega ao mar no litoral do Rio Grande do Sul e inicia seu afastamento, movendo-se para alto-mar na quinta (11). O fenômeno não atua diretamente sobre Sudeste e Centro-Oeste, mas seus efeitos indiretos - rajadas e instabilidade - alcançam as duas regiões.

A queda da pressão abaixo de 1000 hPa intensifica a circulação dos ventos e favorece a formação de nuvens cumulonimbus, responsáveis por chuva forte em pouco tempo, raios, granizo e rajadas que podem chegar a 100 km/h. A brusca variação de pressão também aumenta o risco de tornados, microexplosões e macroexplosões. Embora ciclones extratropicais sejam comuns no sul da América do Sul, a formação sobre a faixa entre Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai é menos recorrente.

Paulistas em alerta

Em São Paulo, todo o estado permanece em alerta nesta terça (9). As áreas com maior probabilidade de chuva intensa - com acumulados entre 50 mm e 100 mm - incluem o norte da Grande São Paulo, Vale do Ribeira, Sorocaba, Itapetininga, Avaré, Ourinhos, Bauru, Piracicaba, Campinas, Jundiaí, Bragança Paulista, Serra da Mantiqueira, São Carlos, Mococa, Ribeirão Preto e Franca. Regiões em vermelho no mapa de risco da Climatempo, como a maior parte da Grande São Paulo, o litoral, o Vale do Paraíba, São José do Rio Preto, Presidente Prudente e Araçatuba, também estão sujeitas a temporais.

A instabilidade deve começar a se espalhar já na madrugada e persistir ao longo do dia, variando de intensidade. A chuva pode alternar períodos de forte precipitação e enfraquecimento, sem horário definido para recomeçar. Há risco de alagamentos, enxurradas e enchentes repentinas, sobretudo em centros urbanos e áreas vulneráveis.

Além da chuva, os ventos ganham força sobretudo entre terça e quarta-feira (10). Rajadas fortes podem ocorrer mesmo sem chuva, e na quarta o vento será mais frequente e moderado a forte em todas as regiões paulistas. Nas áreas de maior risco, as rajadas podem atingir de 80 km/h a 100 km/h. A presença de nuvens cumulonimbus deve intensificar os episódios de vento agressivo.

A madrugada e manhã de quarta ainda serão marcadas por chuva generalizada, com chance de precipitação moderada a forte. No decorrer da tarde, as instabilidades se deslocam para Minas Gerais e Rio de Janeiro, reduzindo gradualmente a chuva em São Paulo.

Gabinete de crise

A Defesa Civil classificou os acumulados previstos para o período como muito altos na Serra da Mantiqueira, altos no Vale do Ribeira, Litoral Norte, Baixada Santista e regiões de Itapeva, Campinas, Sorocaba, São José dos Campos, Presidente Prudente, Marília, Bauru e Araraquara. Já São José do Rio Preto, Araçatuba, Franca, Barretos e Ribeirão Preto aparecem com risco médio.

Para coordenar respostas, o órgão ativará o gabinete de crise a partir das 8h desta terça (9), reunindo concessionárias de energia, Corpo de Bombeiros, DER, Sabesp, Fundo Social, Artesp e Arsesp no Centro de Gerenciamento de Emergências.

A recomendação é evitar áreas arborizadas durante ventos fortes, recolher objetos que possam ser arremessados, não atravessar regiões alagadas e monitorar sinais de movimentação de terra, como rachaduras e água barrenta em encostas. Em caso de emergência, os contatos oficiais são 199 (Defesa Civil) e 193 (Corpo de Bombeiros).

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