
Loja de calçados, roupas, acessórios automotivos, papelaria, salões de beleza e até hotel. Visitar regiões para além dos limites do Centro é um verdadeiro encontro de possibilidades, inclusive econômicas. Uma das regiões em Jundiaí que mais crescem em população e, consequentemente, em pontos comerciais é o Vetor Oeste.
Segundo o Departamento de Licenciamento de Atividades da Prefeitura de Jundiaí, são quase 13 mil estabelecimentos comerciais registrados no município, sendo 2.936 localizados na Região Oeste, que compreende bairros como Novo Horizonte, Fazenda Grande e Residencial Jundiaí.
“O comércio de bairro tem um papel estratégico na economia jundiaiense. Trata-se de uma importante fonte de geração de emprego e renda, especialmente por meio de pequenos e médios empreendimentos que atuam nas comunidades. Muitos desses estabelecimentos têm perfil familiar, o que fortalece o empreendedorismo local e a autonomia econômica das famílias”, afirma o gestor da Unidade de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (UGDECT), Humberto Cereser.
Outro ponto, segundo o gestor, é o estímulo à economia circular. “Comerciantes locais tendem a adquirir insumos e contratar serviços dentro do próprio município, promovendo o consumo regionalizado. Esse movimento favorece os fornecedores locais, fortalece o tecido econômico da cidade e contribui para o desenvolvimento sustentável de Jundiaí.”
Oportunidade
Pelas ruas do bairro do Residencial Jundiaí, mais precisamente na avenida Presbítero Manuel Antônio Dias Filho, não faltam opções para quem não quer se deslocar para o Centro ou para outros bairros comerciais. Da farmácia à casa de rações, a variedade é para atrair o morador local ou do entorno.
Há 14 anos, o ex-morador Milton Venâncio teve um tino comercial quando percebeu a carência para conseguir alguns itens, em especial no setor de papelaria e para casa. Confessa que começou timidamente para sentir a clientela e, depois de uma década, conseguiu abrir três lojas. Além do Residencial Jundiaí, também tem ponto no Eloy Chaves e Medeiros.
“Tínhamos que ir ao Centro para comprar algumas coisas porque era difícil por aqui. Aí eu pensei porque não começar a trazer para cá. Aos poucos fui colocando mais itens e, conforme as pessoas iam pedindo, trazia sempre em mais quantidade. Assim fui montando minha loja”, conta.
Ele viu o bairro crescendo, em especial depois da inauguração da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas acredita que é possível crescer ainda mais. “Nós comerciantes que conhecemos o bairro temos orgulho de ajudar no crescimento e isso fazemos acompanhando as tendências e novidades, mas tudo com preço e qualidade para que o cliente fique por aqui”, diz Milton que hoje mora no Medeiros, mas permanece com a loja no Residencial Jundiaí.
O ex-morador Milton Venâncio abriu uma loja de utensílios de casa e papelaria e hoje tem 3 unidades
Assim também espera e trabalha a comerciante Roselene Piceli Pedroso, que há 18 anos investiu em uma loja física. Ela vendia as roupas em casa e de porta em porta, mas quando teve a oportunidade e percebeu a carência no segmento, fez questão de abrir as portas. “Temos um público bom e fiel que sabe que as roupas que vendemos não perdem em nada para os grandes magazines e, melhor ainda, com preço justo.”
Orgulhosa com seu ponto, diz que grande parcela dos clientes são pessoas do bairro, alguns de muitos anos inclusive que começaram a comprar com o famoso crediário e que até hoje honram com os compromissos. “Se você tem confiança no cliente, ele terá com o comerciante e os moradores daqui merecem esta confiança. Além disso, temos clientes que saem da UPA e aproveitam para fazer umas comprinhas.”
Quando chegou da Paraíba em 1989, Antônio Silva do Espírito Santo, o Tunico, nem pensava que poderia ser dono de um comércio no bairro que o acolheu. Mas passado o tempo e tendo a oportunidade, abriu seu ponto tendo como segmento o ramo de ração e de acessórios para animais. Orgulhoso por estar em seu próprio bairro, participou da história comercial do Residencial Jundiaí.
“Eu sempre gostei de mexer com os animais e sabia que poderia trabalhar com alguma coisa assim. Mesmo com algumas casas de ração aqui, há espaço para todos.”
Com o bairro sendo construído e habitado a cada ano, conta que ainda há espaço para mais comércios. “Quando cheguei aqui tudo era mato, brincávamos de bola neste campinho. Tá tudo mudado, mas sempre é para melhor”, diz apontando para outros pontos de comércios que foram construídos.
Os comércios nos bairros também contribuem para a arrecadação municipal, por meio do pagamento de tributos como o ISS e o ICMS. Esses recursos são reinvestidos em políticas públicas nas áreas de saúde, educação e infraestrutura, impactando positivamente os próprios bairros onde estão inseridos.
Antônio do Espírito Santo, o Tunico, sempre gostou de animais e abriu uma casa de ração