INFECÇÃO POR HIV

Polícia prende 4º investigado por laudos errados para transplante

Por Mariana Tokarnia | da Agência Brasil
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução/Fernando Frazão/Agência Brasil
Dois doadores tiveram laudos errados para HIV assinados pelo laboratório, que era responsável pelas testagens.
Dois doadores tiveram laudos errados para HIV assinados pelo laboratório, que era responsável pelas testagens.

A Polícia Civil prendeu, nesta quarta-feira (16), o técnico de laboratório Cleber de Oliveira dos Santos, o quarto investigado pela emissão de laudos errados que resultaram no transplante de órgãos infectados com HIV para seis pacientes no Rio de Janeiro. Ele era o último foragido. Com isso, foram cumpridos todos os mandados de prisão da operação desta segunda-feira (14), expedidos a partir das investigações da polícia.

Leia também: Funcionária do laboratório PCS Lab Saleme depõe à Polícia Civil

Além de Santos, a polícia prendeu um dos sócios do laboratório PCS Lab Saleme, Walter Vieira, um outro técnico do laboratório, Ivanilson Fernandes dos Santos, e a funcionária Jacqueline Iris Bacellar de Assis.

Dois doadores tiveram laudos errados para HIV assinados pelo laboratório, que era responsável pelas testagens antes que os órgãos fossem destinados a transplantes no estado do Rio de Janeiro. Os pacientes foram considerados negativos quando na verdade eram positivos para o vírus. Por conta disso, seis pacientes foram infectados com HIV em decorrência dos transplantes.

Após a confirmação dos casos de infecção, o PCS Lab Saleme foi interditado pela Vigilância Sanitária local, com orientação técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária  (Anvisa), até a conclusão das investigações, com foco na segurança dos transplantes. Novos exames pré-transplante estão sendo realizados no Hemorio.

A Agência Brasil tentou entrar em contato com a defesa de Cleber de Oliveira dos Santos e está aberta a acrescentar seu posicionamento.

Caso sem precedentes

O caso, sem precedentes, é considerado grave pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) e pelo Ministério da Saúde.

A Anvisa, as vigilâncias sanitárias estadual e municipal e o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) do Ministério da Saúde coordenam uma série de ações para investigar a infecção por HIV de pacientes transplantados no estado do Rio de Janeiro.

O laboratório teve pelo menos três contratos com a Fundação Saúde. A fundação, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde, é responsável por gerir as unidades da rede estadual.

O laboratório tem, entre seus sócios, familiares do deputado federal Dr. Luizinho (PP-RJ), que foi secretário estadual de Saúde de janeiro a setembro de 2023. Em nota divulgada por sua assessoria na última sexta-feira (11), o parlamentar disse que quando era secretário jamais participou da escolha deste ou de qualquer laboratório.

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