Na última semana, o site Financial Times (FT) divulgou que as empresas estariam divulgando conteúdo patrocinado para menores de idade, violando suas próprias políticas. Segundo o site, as divulgações ocorriam por uma "brecha" que enviava as divulgações para a categoria "Desconhecidos" das plataformas, categoria essa que incluía contas sem detalhes como idade, gênero, status parental e receita.
Da categoria "Desconhecidos"
Apesar da categoria não especificar detalhes pessoais, armazena todo o histórico de movimentação das contas, downloads, hábitos de consumo e conteúdo armazenado, o que permitiria que as plataformas identificassem, ainda que de forma não exata, que se tratavam de público infanto juvenil.
O Google
A promoção de conteúdo publicitário para menores de idade é proibida pelas diretrizes da empresa desde 2021. Ao saber da violação, Google iniciou uma investigação e descobriu que as violações ocorreram entre fevereiro e abril deste ano, período em que fechou parceria com uma nova empresa publicitária, coincidentemente, a mesma da Meta. O Google concedeu uma entrevista ao FT e comunicou que a parceria foi encerrada assim que soube de onde surgira a "brecha", afirmando: "Nós proibimos publicidade personalizada para pessoas abaixo de 18 anos, ponto final", disse o Google ao FT.
A Meta
O incidente é recente e a empresa ainda não se manifestou. O silêncio pode fazer com que perca credibilidade com os usuários, ou seja, responsabilizada pelos órgãos fiscalizadores, caso alguma publicidade abusiva seja detectada.
"Reciclagem" para contas Facebook
A Meta (empresa gestora do Facebook) anunciou, na última quinta-feira (7), um novo recurso. Uma espécie de "reciclagem" para quem violar as diretrizes da empresa. O treinamento consistirá em uma espécie de reabilitação para o usuário. Um treinamento educacional, onde ele será orientado sobre como as diretrizes funcionam e porque é tão importante respeitá-las. O novo recurso faz parte das novas políticas dos Padrões da Comunidade que começaram a valer na quinta-feira.
A quem se aplica?
Em um primeiro momento, a possibilidade de reabilitar-se está disponível apenas para contas profissionais. A empresa pretende estender a contas pessoais e outras plataformas em breve. Importante destacar que não são todas as violações que poderão se valer da ferramenta, abusos relacionados à publicação de conteúdo de exploração sexual, venda de drogas ilícitas ou a promoção de organizações ou pessoas perigosas, não terão essa possibilidade e serão punidas com rigor.
Como vai funcionar
Quando o Facebook detectar a violação, emitirá alerta um e disponibilizará o treinamento para o usuário com todos os avisos desrespeitados destacados, mas atenção: é um passe único, ou seja, vale apenas para a primeira violação. A intenção é evitar que contas sejam banidas por mero equívoco do usuário e desconhecimento das políticas e diretrizes, com objetivo de educar ao invés de punir.
Segundo a plataforma, após o treinamento, em caso de novas violações serão emitidos alertas que, se forem cumulados, poderão causar a exclusão definitiva da conta.