De acordo com dados da Piesp (Pesquisa de Investimento no Estado de São Paulo), em 2022 Piracicaba contou com anúncios de investimento da ordem de R$ 3,4 bilhões, divididos nos segmentos de Indústria, Infraestrutura e Serviços. Com 84%, ou R$ 2,9 bilhões, a liderança ficou para o setor industrial, com anúncios de R$ 1,6 bilhão da Klabin, R$ 600 milhões da Caterpillar, R$ 500 milhões da montadora Hyundai, R$ 135 milhões da Wypro, além de R$ 30 milhões da SNF.
Já o segmento da infraestrutura atraiu R$ 463 milhões, equivalentes a cerca de 14% do total, liderados pelo anúncio de R$ 400 milhões da concessionária Mirante, seguido dos R$ 63 milhões da Raízen. Apesar da representatividade de 2% do total, o setor de serviços ainda anunciou R$ 69 milhões em investimentos no município, compostos pelas pesquisas do CTC–Centro de Tecnologia Canavieira, Unimed Piracicaba e a startup AgTech Garage.
De acordo com o economista e idealizador do projeto Economia Metropolitana, Ricardo Buso, a Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), ligada ao Governo do Estado de São Paulo, produz mensalmente a Piesp, que entrega um mapeamento dos anúncios de investimentos privados no Estado, segregados por município de instalação, tipo (implantação, ampliação ou modernização), setor e subsetor de atividade, além do valor propriamente.
Os dados são buscados pela varrição diária, por robôs, em sites na internet de cerca de 40 principais jornais impressos no Estado, com relevância para anúncios e notícias de investimentos, cujos veículos podem ser alternados na metodologia. “Na Região Metropolitana de Piracicaba, apenas dois periódicos são consultados, sendo um em Piracicaba, exatamente o Jornal de Piracicaba”, informou o economista.
Ao ser identificado na pesquisa diária qualquer sinal de anúncio de investimento, que contenha todos as informações necessárias, principalmente o valor, os pesquisadores entram em contato com o investidor para confirmar a informação, que entrará para a pesquisa após a validação.
“É importante que os conceitos referentes a dimensão desses números sejam construídos com base em referências, tanto da série histórica paraomunicípio, que a Fundação Seade disponibiliza a partir de 2012, quanto pela representatividade anual dos valores no total do Estado, que provê alguma uniformidade ao potencial pelo cenário econômico”, aponta. Segundo o economista, com as intenções de investimentos represadas pela instabilidade econômica da pandemia, seria natural esperar uma compensação automática nos anos seguintes, mas o que se notou em Piracicaba foi muito além disso. “A participação saltou da média pré pandêmica, de 0,6% no total do Estado, para 2,4% em 2021 e impressionantes 3% em 2022”, destaca.
“Por fim, duas dúvidas não podem restar: que a atratividade aos investimentos produtivos depende de condições atuais, mas também das características construídas ao longo de anos por uma sociedade e que Piracicaba está num momento excepcional de atração de investimentos, em franca ascensão”, avalia.
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