
“Galo que não canta, tem algo na garganta”
Ditado popular espanhol
Ingredientes
2 xícaras (chá) de aveia em flocos finos
1 xícara (chá) de açúcar
4 colheres (sopa) bem cheias de chocolate em pó
1 xícara (chá) de amendoim, nozes ou castanhas moídas
½ xícara (chá) de uvas passas sem sementes
10 colheres (sopa) de leite
200 gramas de manteiga sem sal
1 pacote de biscoito Cream Cracker
Cremona é uma das 115 pequenas cidades da Lombradia, região norte da Itália. Sofreu muito com a pandemia que tem colocado os humanos em aflição. Visitada por turistas de todo o mundo, vai ter de se reinventar, como tantos outros centros. Mas dois de seus símbolos vão ajudá-la. Um, o violino, ali inventado no século 17 por Antonio Stradivari, músico célebre: um museu inaugurado há pouco tempo conta toda a história do instrumento musical. O outro é item da gastronomia que ganhou toda a Europa e depois o mundo: o torrone, doce que frutas secas, mel, clara de ovos e essências naturais.Violinos e torrones fazem apelos aos sentidos, ao ouvido e ao paladar. À alma também, é claro. Quer mais?
Sacando o lance, uma agência de publicidade criou nos anos 50 belos anúncios direcionados aos visitantes mostrando torrone e violino tendo ao fundo o campanário mais alto da cidade e do país, a torre chamada Torrione. Ela pode ser vista à grande distância, sinalizando a praça Santa Maria Assunta, que começou a ser erguida no século XIII. Tem 112 metros e é branca como o doce, ideia supercriativa de algum cozinheiro empreendedor da época. Nas lojas de Cremona, os torrones são vendidos em vários tamanhos- pequenos, médios, grandes e gigantescos. Ao gosto do freguês.
A propaganda poderosa solidificou uma mitologia em torno do doce que, na verdade, não nasceu ali. Suas origens mais recuadas estão em terras mediterrâneas da Sicília, onde as amendoeiras crescem e ao florescerem oferecem um lindo espetáculo aos olhos. Ou poderiam ainda ter sido uma elaboração de marroquinos e outros povos do Norte da África, onde produção e consumo de frutas secas é grande.
Outra versão confere à Espanha o lugar de berço do torrone. Para alguns, foi no cerco à Barcelona, durante o reinado de Felipe IV, que ele apareceu pela primeira vez e de cara conquistou paladares. Tendo sido organizado um concurso para encontrar alimento que não se deteriorasse rapidamente, quem ganhou o prêmio foi um confeiteiro chamado Turrons, que apresentou um doce feito de amêndoa e mel. Seu nome batizaria o feito culinário
Mas o tempo modifica as receitas, sabe-se. Em geral elas vão ficando mais fáceis, econômicas, rápidas. E surgem versões diferentes, que mantêm da primeira apenas o espírito e um ingrediente básico. No caso do torrone, o que persiste é a fruta seca, que pode ser a própria amêndoa ou então amendoim, nozes, castanhas. Vale qualquer uma ou a mistura delas. Agregam-se uvas passas e o sabor se enriquece. As modernas cream-crackers chegam para conferir o imprescindível crocante. Esquecem-se as claras, resgata-se a manteiga. Entra o chocolate e o torrone fica moreno. E dessa mistura singular, erguem-se torrinhas gostosas de mastigar nesse outono que já pede umas doçuras reconfortantes.
Vamos lá? Separe os ingredientes e disponha-os à sua frente. Coloque em uma panela a aveia, o açúcar e o chocolate em pó. Mexa. Junte aos poucos o leite e a manteiga misturando bem. Só então leve ao fogo alto mexendo sempre até a manteiga derreter completamente. Quando começar a ferver, abaixe o fogo, agregue o amendoim moído (ou as frutas que resolver utilizar), as uvas passas ( se fizer a opção), mexa bem e deixe por mais três minutos.Retire do fogo e, ainda quente, comece a montagem.
Em um refratário raso, bem untado com manteiga, espalhe com colher uma camada do creme de chocolate. Faça isso com capricho. Em seguida distribua as bolachas em camada sobre o creme. Vá então alternando as camadas, terminando com o creme de chocolate. Cubra com papel alumínio e leve à geladeira por cerca de duas horas, no mínimo. Corte em retângulos para servir. Se sobrar, guarde em pote de vidro bem fechado, onde os torrones durarão até uma semana.
Passo a passo
1.Meça os ingredientes e disponha-os à sua frente para começar
2.Prepare o creme de chocolate, junte as uvas passas e as frutas secas
3.Forre o pirex untado com uma camada de bolachas e cubra-as com o creme
4.Alterne camadas de creme de chocolate e bolachas; termine com o creme
5.Depois de duas horas de geladeira, corte em retângulos e sirva