Dentro de um organismo, existe a polarização das energias primordiais sendo que uma, de natureza mais restritiva e organizadora, representa a parte mais Yin e outra, expansiva e criativa, a natureza mais Yang.

Da síntese de ambas, de início antagônicas, surgem os frutos e as substâncias. No universo dos seres vivos, essas substâncias são o qi e o xue, energia vital e sangue, respectivamente. As substâncias movem e nutrem os tecidos, que, por sua vez, reforçam e compõem as polaridades das atividades Yin e Yang, fechando assim o ciclo que se sustenta ao longo da vida.

O mesmo mecanismo pode ser transposto para grupos, que crescem e se sustentam tal como seres vivos: dentro de uma família, que é a célula primordial da sociedade há milênios, vemos nas figuras materna e paterna a polaridade Yin e Yang, que nutrem e formam os filhos, síntese da influência de ambos.

Inspirado pelo Dia dos Pais, vejo-me na obrigação de exaltar a importância da força Yang da figura paterna, criativa e expansiva, que coloca coragem, desejo de vitória e conquista no espírito de seus filhos.

Vale muito colocar que essas polaridades não estão relacionadas com o gênero masculino ou feminino de um indivíduo, mas sim com a parte mais pró-ativa, expansiva que todo ser possui, tal como o símbolo do tai chi nos lembra: tudo o que existe é em si perfeita alquimia de Animus e Anima, masculino e feminino, como Carl G. Jüng, pai da psicologia analítica, também descreveu.

Quando vemos pessoas acuadas pelos seus medos, resignando-se dentro de suas inseguranças e incertezas, certamente deve-se evocar a potência Yang, herança paterna, para que, com ousadia e graça, superem-se obstáculos e arrisquem-se apesar de conflitos.