Líder de igreja é preso suspeito de abusar de adolescentes
Gabriel de Sá Campos, de 30 anos, líder de uma igreja evangélica no Guará (DF), foi preso na última sexta-feira sob suspeita de abusar sexualmente de adolescentes por pelo menos seis anos.
Justiça do DF emitiu mandado de prisão temporária de 30 dias. Conforme a PCDF (Polícia Civil do Distrito Federal), o homem estava em casa quando foi detido. Ele não teve o nome divulgado pelas autoridades.
Investigações revelaram "padrão sistemático" de crimes cometidos durante cerca de seis anos. Neste período, o suspeito teria cometido "abusos de forma recorrente e premeditada", informou a polícia, em nota.
Durante atividades na igreja, ele "obtinha informações íntimas e explorava vulnerabilidades emocionais". Segundo as investigações, o homem "utilizava sua posição de liderança religiosa e sua atuação como ministrante de cursos temáticos voltados à sexualidade e 'integridade sexual' de adolescentes para ter acesso privilegiado às vítimas".
"O modus operandi demonstrou elevado grau de manipulação psicológica. O investigado convidava as vítimas para encontros individuais sob falsos pretextos, criando situações de isolamento. A progressão das condutas seguia um padrão identificado nas investigações, iniciando-se com aproximações aparentemente inofensivas e evoluindo gradualmente para toques em regiões íntimas, gerando dependência emocional e profundo sofrimento psíquico", disse a Polícia Civil do DF, em nota.
Vítimas são adolescentes do sexo masculino. Até o momento, quatro pessoas foram identificados e outros oito casos estão sendo investigados. Na época dos fatos, entre 2019 e 2024, eles tinham entre 10 e 17 anos.
Justiça também determinou cumprimento de mandados de busca e apreensão. O suspeito ainda teve seus sigilos telemático e telefônico dos últimos cinco anos quebrados e medidas protetivas foram instauradas, incluindo o afastamento imediato dele das funções na igreja e a proibição de aproximação das vítimas. Como ele não teve o nome divulgado, a reportagem não conseguiu localizar sua defesa. O espaço está aberto para manifestação.
Suspeito é filho do pastor presidente da igreja
A Igreja Batista Filadélfia, onde o suspeito atuava, se manifestou por meio de nota. Afirmou que as relações de parentesco entre o suspeito e o pastor não interferiram nem vão interferir nas medidas disciplinares adotadas internamente e na colaboração com a polícia e a Justiça.
Disse ainda que a igreja não se omitiu diante dos fatos, nem tentou encobri-los ou incentivar as famílias a não procurarem a polícia. Também alegou que o suspeito não é nem nunca foi pastor da instituição e apenas atuava como membro voluntário em funções de liderança do Ministério dos Adolescentes.