Um homem de 43 anos e sua esposa, de 37, foram presos na noite desta quarta-feira (12), em uma escola particular infantil, na Vila Municipal, em Jundiaí, suspeitos de violência com requintes de tortura contra um de seus filhos, adotivo, de apenas 10 anos. A prisão aconteceu graças a uma denúncia de uma técnica do Fórum de Jundiaí, que soube da situação e acionou uma conselheira tutelar. Apesar de estar de folga, a conselheira tomou as rédeas da situação e foi até a escola onde estava a criança. Ao ouvir os primeiros relatos de agressões graves, chamou a Guarda Municipal para garantir a segurança da abordagem aos pais, que foram presos. De acordo com relato dos GMs e da conselheira, os pais não demostraram reação emocional ou arrependimento no momento da prisão. A vítima foi levada para o Hospital Universitário, onde foram confirmadas múltiplas fraturas.
Quando chegou na escola, após tomar conhecimento por meio da técnica do Fórum, a conselheira se deparou com com a equipe pedagógica e com uma representante da secretaria de educação, quando também soube que o caso já havia sido comunicado ao Fórum e ao Ministério Público. A criança também estava no local, visivelmente machucada, apresentando hematomas recentes na mão e na região lombar, estando com dificuldades para andar e sentindo muitas dores.
Questionado, ele revelou que vinha sendo agredido pela mãe, que frequentemente utilizava uma raquete para feri-lo como forma de punição. O garoto contou, também, que ela o obriga a permanecer durante a noite em posição de flexão, apenas de cueca, trancado em um escritório, sem alimentação adequada e sem poder dormir - ele também alegou que o pai sempre foi conivente, inclusive tendo participado muitas vezes das sessões de tortura.
O irmão também foi ouvido e confirmou as denúncias, alegando que também é agredido e apresentou cicatrizes em seu corpo. Ambos foram informados pela conselheira que receberiam atendimento médico e acolhimento institucional.
Após isso, diante das graves denúncias, a profissional acionou a GM e afastou a filha mais nova do ambiente, sendo que os guardas lhes deram voz de prisão. Ambos também foram cientificados dos procedimentos e proteção às crianças - neste momento o pai questionou se seria necessário acionar um advogado. Após serem orientados, ambos se mostraram calmos, sem demonstrar arrependimento e negaram as agressões. Eles foram conduzidos ao Plantão Policial, onde o flagrante foi registrado e eles foram indiciados e presos.
NO HOSPITAL
A criança de 10 anos foi encaminhada ao hospital, onde reforçou as denúncias, alegando que além de apanhar com a raquete, tinha os cabelos arrancados e a mãe apertava seus testículos. Além disso, ele também era obrigado a ficar sem tomar banho por até duas semanas, sem poder se alimentar, como forma de punição.
O exame clínico constatou múltiplas fraturas e alterações abdominais, sendo solicitado ultrassonografia, que deve ser realizada em breve. O garoto permaneceu internado.
O caso será investigado pela Polícia Civil.