Ao partir, em 1989, meu irmão caçula João René Nalini deixou Sônia viúva e duas crianças. João Otávio e Ana Rita cresceram sem pai, mas com enorme carinho enquanto meus pais viveram. De saudades do caçula, tão expansivo e carinhoso, meu pai pouco resistiu. Mesmo sem estar enfermo, faleceu em janeiro de 1992. Já minha mãe, embora pranteando o filho pré-morto, chegou até 17 de novembro de 2024, quando partiu.
Ela costumava dizer: “Se você tivesse morrido antes, seu irmão perfilharia sua prole e assumiria uma paternidade real. Já você, imerso em trabalho, presta mais atenção aos processos do que aos seus sobrinhos!”.
Tinha carradas de razão. Sempre fui excessivamente responsável. Ao pensar que cada demanda significava sofrimento, angústia e aflição de alguém que estava a esperar minha decisão, não tinha escolha. Deixava tudo o mais – inclusive a família – para cumprir o dever.
Mas a Providência me protegeu sempre. Tenho quatro filhos amorosos e esses sobrinhos são como filhos. Como é bom ouvir deles o “Eu te amo!”, que não se usava dizer na minha infância.
Meus sobrinhos, ambos estudaram Direito. Ambos são bons profissionais. E Ana Rita de Moraes Nalini agora é Mestre em Direito. Obteve excelente distinção na Pós-Graduação da UNINOVE. Sob orientação do Professor Doutor Celso Fiorillo, grande autor de Direito Ambiental, o mais citado nas Cortes Superiores, elaborou a dissertação “Greenwashing: o problema do ESG nas empresas transnacionais em face da legislação brasileira”.
Agora ela vai lançar o livro com sua dissertação, às 19 horas do dia 3 de setembro, na Livraria da Vila do Shopping JK. O prefácio é do tio, o Desembargador Alberto Anderson Filho.
O tema ESG é muito importante nesta era de cataclismo ambiental. Já não se fala mais em “mudança climática”, nem em “emergência climática”. Tudo ficou mais sério, porque continuamos a emitir excesso de gases venenosos, causadores do efeito-estufa. E persistimos em desperdiçar alimento, cujos resíduos também são emissores de poluição.
Para o trato consequente da questão climática, elaborou-se a estratégia ESG, sigla em inglês para a tática de simultâneo cuidado com o meio ambiente (Environment), aspectos Sociais e Governança. E Ana Rita examinou os aspectos dessa política adotada por inúmeras empresas, em todo o mundo, e que vinha mostrando bons resultados. Até que muitos dos que não acreditavam verdadeiramente nessa política, passaram a falsificar resultados e a descuidar do trato contínuo das três grandes questões.
Além de preservar a natureza, tão saqueada ao longo dos séculos, é preciso reduzir as desigualdades sociais, fator que faz com que o Brasil seja uma das nações mais injustas sobre a face da Terra e exercer adequada governança. O que significa, em termos de política pública, uma gestão racional dos escassos recursos financeiros, já que as necessidades são infinitas.
O greenwashing significa “lavagem verde”. Uma prática matreira, antiética, enganosa. Vendem-se produtos ou serviços como se fossem ambientalmente corretos, quando sabem que não passariam por um teste de rastreabilidade. Ana Rita de Moraes Nalini estudou e ensina o interessado a fugir da “mentira verde”, de muitas empresas que querem passar por defensoras do ambiente, praticantes de políticas edificantes de inclusão e benéficas gestoras, mas não são nada disso.
O consumidor consciente precisa saber com quem está lidando. Mas quem quiser saber mais, vá até a Livraria da Vila do Shopping JK, em São Paulo, e prestigie a nova Mestra, Ana Rita de Moraes Nalini.
José Renato Nalini é reitor, docente de pós-graduação e Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo (jose-nalini@uol.com.br)