Nesta quarta-feira (6), a nova proposta para o transporte público municipal foi apresentada pela Prefeitura de Jundiaí, em audiência pública realizada na Câmara Municipal. Com casa cheia, a população ouviu atentamente as explicações dos servidores da Unidade de Gestão de Mobilidade e Transporte (UGMT) e, junto com os vereadores, solicitou tarifa zero, valorização dos motoristas, mais limpeza nos veículos, construção de abrigos e melhor qualidade na prestação do serviço público.
A nova concessão prevê itens como renovação e reforço da frota, inclusão de veículos de piso baixo e articulados, ampliação da rede de linhas e, futuramente, escala cinco por dois para os motoristas.
O contrato proposto tem valor de R$ 3,7 bilhões por 15 anos, com possibilidade de renovação por mais cinco, de acordo com o índice de qualidade da prestação do serviço. A frota tem previsão de ser ampliada de 264 para 284 veículos patrimoniais — sendo 50% zero quilômetro e 75% com ar-condicionado. A concessão ainda prevê integração de modais e embarque de tecnologias, como GPS para monitoramento, câmeras com acesso em tempo real, monitores a bordo e um novo aplicativo do transporte coletivo, com mais funcionalidades para os usuários.
“Também há projeto para a construção do novo terminal rodoviário no vetor oeste, além da revitalização de todos os terminais já existentes”, comentou o gestor da UGMT, José Carlos Sacramone. “Sobre os abrigos de ônibus, estamos exigindo contrapartidas da iniciativa privada para construirmos de 30 a 40 novos”, completou.
QUEDA DE USUÁRIOS
Segundo dados da Unidade de Gestão de Mobilidade e Transporte (UGMT) de Jundiaí, a média mensal de usuários do transporte público caiu de aproximadamente 2,155 milhões para 2,063 milhões, na comparação entre os primeiros semestres de 2024 e 2025. Segundo Sacramone, a queda é motivada pelo aumento do uso de veículos por aplicativos, reflexos da pandemia de Covid-19 e pelo crescimento no número de pessoas com veículos próprios.
SERVIÇO MAIS CARO
Desde o dia 6 de julho, os preços das passagens subiram para R$ 5,60 (passe comum) e R$ 6,15 (vale-transporte). A medida foi amplamente criticada pela população, que solicitou tarifa zero no plenário. A ideia foi reforçada pelos vereadores Henrique Parra (PSOL) e Mariana Janeiro (PT), que justificaram a proposta com exemplos aplicados em outros municípios de porte similar. Sacramone, por sua vez, explicou que faltam recursos federais para a implantação desse projeto, mas se comprometeu a aplicar a tarifa de R$ 1 real aos domingos.
Zé Dias (Republicanos), Carla Basílio (PSD), Romildo Antonio (PSDB) e Juninho Adilson (União) reforçaram o pedido por mais atenção aos terminais rodoviários e aos abrigos nos pontos de ônibus espalhados pela cidade.
ACIDENTE
Durante a audiência, um ônibus municipal tombou na rua Seike Sato, paralela à rodovia Vereador Geraldo Dias. Segundo informações, o motorista teria sido fechado por um carro. Algumas vítimas sofreram fraturas nos braços e nas pernas e foram socorridas pelos bombeiros e encaminhadas ao Hospital São Vicente.