A Inteligência Artificial já faz parte do nosso dia a dia. Ela ajuda a escrever relatórios, organizar ideias e resumir textos em segundos. Essa velocidade impressiona, mas um estudo recente do MIT jogou luz em um ponto delicado: dependendo demais da IA, podemos aprender menos.
Na pesquisa, três grupos escreveram textos diferentes. Um recorreu ao ChatGPT, outro usou o Google e o terceiro fez tudo sem apoio externo. Enquanto escreviam, os voluntários tiveram a atividade cerebral monitorada. Os que trabalharam sozinhos exibiram maior engajamento mental. Já quem se apoiou na IA mostrou menos esforço cognitivo e, depois, mal se lembrava do que havia escrito. Mais de oitenta por cento não conseguiu recitar uma frase sequer do próprio texto.
É um alerta importante. Se deixarmos a máquina pensar por nós o tempo todo, corremos o risco de nos acomodar. Ainda assim, seria um erro concluir que a resposta é evitar a tecnologia. A mesma IA que pode nos tornar passivos também tem poder para ampliar nossa capacidade criativa, acelerar pesquisas e democratizar o acesso ao conhecimento.
Cabe a cada um escolher como usar essa inovação. Precisamos da IA para ganhar tempo, encontrar novas ideias e analisar dados em escala. Mas também precisamos manter viva a curiosidade, exercitar a memória e praticar o raciocínio. É um jogo de equilíbrio. Usar a máquina como aliada, sem terceirizar por completo o nosso pensar.
A Unesco sugere algo simples: combinar atividades guiadas pela IA com tarefas que exijam interação humana, debate e criação própria. É nesse diálogo entre tecnologia e esforço mental que o aprendizado fica sólido.
Olhe para a IA como um trampolim, não como um sofá. Ela dá impulso, mas quem escolhe saltar e continuar subindo é você.
Elton Monteiro é empreendedor, mentor, investidor e especialista em IA.