
Com a queda das temperaturas, os cuidados com os animais de estimação precisam ser redobrados. Pets idosos ou com problemas respiratórios são ainda mais sensíveis ao frio e, por isso, devem ser mantidos aquecidos, alimentados corretamente e, sempre que possível, em ambientes internos e protegidos do vento.
A tutora Stephanie Rugero, por exemplo, cuida de sete cães – a maioria deles idosos – e conta que durante o inverno a rotina em casa muda. “Coloco eles no sol um pouquinho todo dia, não deixamos a casa aberta, porque a maioria é velhinha, com 12, 10, 9 e 8 anos. Só a mais nova, de um ano, que corre o dia inteiro e não aceita roupinha. Mas os outros, depois das 4 da tarde, já estão de roupinha de novo e cobertinha em todo canto”, conta.
Stephanie também reforça a importância de não deixar os animais no quintal durante a noite. “É inacreditável que em um frio de 10 graus ainda tenha gente que ache normal cachorro dormir no quintal com uma coberta só. Aqui eles sempre dormem comigo ou na caminha deles bem aquecidos”, diz.
Além do conforto, o frio traz riscos à saúde dos pets. O veterinário Julio Gregorio Cruz, especialista em cirurgia e pneumologia veterinária, explica que as temperaturas baixas afetam diretamente o sistema respiratório dos animais. “O frio resseca as mucosas do trato respiratório, deixando o organismo mais suscetível a infecções e dificultando a atuação do sistema imunológico”, afirma.
Segundo o profissional, gripes e resfriados em cães e gatos são comuns no inverno, especialmente em ambientes com aglomeração de animais, como creches e hotéis. “Nos cães, a mais comum é a 'tosse dos canis'. Já os gatos podem desenvolver doenças do Complexo Respiratório Felino. A melhor prevenção continua sendo manter a vacinação em dia”.
Outro ponto de atenção é o banho. Julio orienta que, em dias frios, o ideal é evitar banhos sempre que possível. “Quando necessário, seque muito bem o animal com toalha e, se for usar secador, tenha cautela para evitar queimaduras. O pelo úmido favorece infecções na pele”, explica.
Já para o cantinho de descanso, o veterinário indica o uso de cobertores, caminhas e, quando necessário, roupinhas desde que o animal não apresente comportamento destrutivo. “Se o pet for agitado e tiver risco de engolir partes de tecido, evite o uso. Mas, se for tranquilo, vale a pena investir no conforto e no aquecimento”, completa.
No inverno, o básico faz a diferença: alimentação quente (como a natural), água limpa, acesso ao sol, abrigo do vento e carinho.