
A fusão entre PSDB e Podemos ‘esfriou’, mas os tucanos seguem esquentando o cenário político com o anúncio da negociação para vinda do polêmico Ciro Gomes, antes no PDT, para a sigla. A volta do ex-governador do Ceará ao PSDB, depois de quase 30 anos longe, é vista positivamente pelo presidente do partido em Jundiaí, Fernando Souza.
“Ciro é inteligente e preparado, teve bons resultados enquanto administrava seu Estado, como na saúde e educação. É experiente e tem uma boa força. Acredito que esta aproximação com o PSDB se dá por ele ter entendido que a extrema esquerda não é o caminho”, avalia, dizendo que a vinda de um político de repercussão nacional é mais fácil de negociar do que uma fusão.
O tucano reforça que a sinalização das pesquisas que acompanha mostra o desejo dos eleitores pela moderação, algo que está sendo procurado por políticos como Ciro Gomes ao retornar para a sigla. “Tem se mostrado o desejo das pessoas o fim do extremismo. O Brasil está carente de políticos de propostas, que tenham modelo de gestão. Este é um legado do PSDB, que teve governos que colocaram o país no rumo, como Fernando Henrique Cardoso (FHC). E esta é ainda a forma como trabalhamos, temos uma identidade, não somos isentos e nem ficamos em cima do muro, mas que enxerga e pondera o que tem de pontos positivos na esquerda e na direita”, afirma, lembrando que políticas econômicas seguras foram implantadas por FHC bem como as de assistência aos que mais precisam.
Este equilíbrio entre direita e esquerda e a identidade partidária foram pontos fundamentais, na opinião de Souza, para ‘esfriar’ a fusão com o Podemos. “Deixou de ser interessante para os dois partidos na forma em que estava sendo proposta. O PSDB tem um legado que não pode ser enterrado e neste momento a fusão não seria boa para nenhum dos lados. Mas ainda há muitas conversas e o que buscamos, enquanto partido político, é um caminho que vai conciliar e agregar valores, sem perder propósitos. Aí vamos evoluir”, afirma.
O presidente do partido em Jundiaí diz que o diretório municipal não participa efetivamente destas tratativas, mas que acompanha de perto as decisões das diretorias estadual e nacional bem. Com a repercussão da possível vinda de Ciro Gomes para o partido, Souza avalia que as negociações de alianças com outras siglas podem esquentar. “Estamos nos aproximando mais do MDB e a conversa com o Republicanos já tem sido feita, inclusive era uma meta, antes da possibilidade de fusão com o Podemos. É um partido importante e que tem o governo de São Paulo atualmente”, ressalta.