NOVA ESTAÇÃO

Inverno com frio de verdade começa hoje à noite no Hemisfério Sul

Por Claudinei Queiroz | da Folhapress
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução/Vinny Vanoni /PMPA
Inverno começa às 23h42 desta sexta-feira (20) e se estende até o dia 22 de setembro, às 15h19.
Inverno começa às 23h42 desta sexta-feira (20) e se estende até o dia 22 de setembro, às 15h19.

Depois de dois anos de invernos quentes e secos, finalmente os paulistas podem esperar uma estação com cara de inverno. Pelo menos é o que indicam os institutos de meteorologia para o período em 2025, que começa às 23h42 desta sexta-feira (20) e se estende até o dia 22 de setembro, às 15h19, quando se inicia a primavera.

Leia mais: Comer Bem: Caldo Verde é uma boa opção para o inverno

O meteorologista Vitor Takao, da Climatempo, explica que haverá problemas com algumas fases de calor e ausência de chuvas, mas os episódios não devem ser tão extremos como nos dois últimos anos, quando temperaturas acima de 30°C e tempo seco provocaram queimadas em vários lugares do país e, principalmente, do estado de São Paulo.

"Nos últimos anos, o El Niño foi muito forte, o que acabou impactando naturalmente o tempo em todo o país. O que vai ajudar a modular a chuva e a temperatura na região metropolitana de São Paulo este ano é a passagem de frentes frias", diz Takao, destacando que, na maioria da vezes, as frentes frias devem passar pelo oceano, o que provocará quedas das temperaturas.

Michael Pantera, meteorologista do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas) da Prefeitura de São Paulo, também destaca a previsão de estabilidade climática para este ano. "A previsão é de uma estação com neutralidade climática, diferentemente do ano anterior, que teve a atuação do fenômeno La Niña, que esfria as águas do Pacífico equatorial. Os modelos numéricos indicam que o inverno deve apresentar temperaturas ligeiramente acima da média e chuvas em torno do esperado".

Takao explica que, de acordo com os dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a média da temperatura mínima para o inverno de São Paulo é de 13°C, e a máxima, de 23°C. E os modelos de previsão utilizados destacam justamente essa faixa de temperatura como a mais provável nos próximos três meses.

Já para o CGE, que mantém monitoramento em 33 estações meteorológicas no município, as médias esperadas são:

- Junho: Mínima média de 13,4°C; máxima média de 23°C
- Julho: Mínima média de 12,7°C; máxima média de 23°C
- Agosto: Mínima média de 13,4°C; máxima média de 24,3°C
- Setembro: Mínima média de 15,2°C; máxima média de 25,9°C

Em relação às chuvas, esta época do ano tradicionalmente possui menor precipitação. Assim, a média esperada para julho na capital paulista é de 48 mm; para agosto é de 32 mm; e, para setembro, de 83 mm, por estar mais próximo da primavera.

"De julho a setembro, os mapas de anomalias, que mostram se a chuva será acima ou abaixo da média, enxergam chuvas um pouco acima da média para São Paulo", afirma Takao.

De acordo com o meteorologista, esse aumento da umidade em relação aos anos anteriores não deverá eliminar totalmente o problema das queimadas, principalmente, no interior do estado. Isso porque o inverno é tradicionalmente mais seco, o que favorece a proliferação de incêndios. No entanto, a expectativa não é de situação tão extrema como a vivida em 2024.

Os dados do CGE, que mantém histórico pluviométrico na capital paulista desde 1995, registram a média de chuva esperada para todo o inverno de 131,9 mm. O mais chuvoso desde o início das medições foi o de 2009, com 352,2 mm, já o que registrou o menor acumulado foi o de 2017, com 61,6 mm.

Pantera também alerta para outra característica do inverno paulista: a amplitude térmica, com grande diferença entre as temperaturas mínima e máxima no decorrer do mesmo dia.

"No inverno é comum a passagem de frentes frias associadas a massas de ar frio e a ocorrência de recordes de temperatura mínima. É comum também eventos de 'estiagem', com períodos prolongados sem chuva e temperaturas mais elevadas e, por isso, são observados dias com grande amplitude térmica", comenta Pantera. "Ainda podem ocorrer a formação de nevoeiros e geadas em locais mais elevados e a inversão térmica, que é quando uma camada de ar quente se sobrepõe a uma mais fria."

Comentários

Comentários