A Região Metropolitana de Jundiaí (RMJ) segue como importante fluxo de negociação política para as eleições de 2026. Muitos nomes já aparecem nas listas dos partidos para lançarem candidaturas no próximo ano, mas ainda há muitas negociações nos bastidores. A expectativa é que a força do interior mostre sua potência para fazer cadeiras na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e na Câmara dos Deputados.
Neste sentido, o PSD mostra seu interesse em repetir os resultados das eleições municipais, quando fez maior número de prefeitos e prefeitas, com 870 cargos no Executivo. Das sete cidades da RMJ, duas são comandadas pelo partido de Kassab, número igual ao do MDB. Para o presidente do PSD em Jundiaí, José Galvão Braga Campos, o Tico, o partido está investindo para ganhar ainda mais espaço e levar nomes locais aos cenários estadual e federal. “O PSD é grande no Estado, na federação e em Jundiaí. Tenho a certeza que no comando do Kassab, Jundiaí e região terá representatividade
à altura para apresentar nas próximas eleições”, diz, lembrando que o vereador Faouaz Taha já demonstrou seu interesse em sair candidato a deputado federal em uma parceria com Danilo Joan, ex-prefeito de Cajamar, que já está trabalhando para ser candidato a deputado estadual.
“Diversos nomes do quadro político do PSD despontam na direção de pré-candidaturas a estadual e federal, nomes esses que despontam pela força de trabalho e respeito da população”, considera Tico. Apesar desta afirmação de que mais representantes podem surgir, por enquanto a região se movimenta discretamente, sem confirmar novos nomes.
Seguindo a linha nacional de partidos que mais conseguiram emplacar prefeitos nas últimas eleições, o MDB ficou em segundo lugar, com 856 prefeituras, e também está empatado com PSD na RMJ. No cenário nacional, o presidente da sigla, Baleia Rossi, tem liderado a busca por nomes de peso para 2026. O partido lançou sua movimentação para reforçar lideranças locais, mas na região ainda não apresenta nomes que confirmem a participação na próxima eleição. Em Jundiaí, especificamente, a legenda está suspensa, conforme informações no site do TSE. A direção estadual foi procurada para comentar possíveis nomes da região e a possível federação com o Republicanos, mas até o fechamento desta matéria, não havia retornado.
Partidos de Centro
Para o cientista social, Samuel Vidilli, é difícil cravar que estes partidos vão repetir os mesmos números de boas votações. “Eleição é caixinha de surpresas. Via de regra, partidos que são mais colocados ao centro ideológico, que não são considerados extremistas, conseguem ter um maior número de representatividade. São os partidos chamados do centrão”, explica. Isso se deve ao fato de boa parte dos eleitores não querer se colocar nem muito à esquerda e nem muito à direita.
Quanto às siglas que conquistaram mais prefeituras na RMJ, Vidilli reforça as características que atraem os eleitores. “Tanto o PSD quanto o MDB flutuam muito bem entre as extremidades da política, porque esses partidos dão, de certa maneira, uma liberdade para alianças e para conversas com outros espectros políticos”. Movimento este que tem total repercussão no âmbito municipal, quando alianças são firmadas.
Esta necessidade de ‘balançar’ entre direita e esquerda e estar mais ao centro é bem observada na RMJ, que não tem prefeituras ocupadas por esquerdistas, mas mantém um representante do PL. Todas as outras siglas transitam entre os dois lados. Isso também é um atrativo para os agentes políticos. “É onde acabam tendo uma maior independência para votar ou não determinadas leis”, comenta Vidilli.
Neste sentido, nas eleições do próximo ano, que trazem também a escolha do Governador do Estado de São Paulo, o peso dos representantes do interior se faz maior. Atualmente, Tarcísio de Freitas (Republicanos) é nome que deve aparecer na disputa ao Palácio dos Bandeirantes e deve contar com apoio da força do MDB. Já a turma de Kassab ainda não arrisca qual caminho seguir, aguardam posicionamento final do líder, que tem dito à imprensa que apoiaria Tarcísio para presidente, mas não se pronunciou sobre o Governo do Estado.