
A população idosa de Jundiaí segue crescendo com saúde e disposição. Segundo o Censo do IBGE estimativas de 2024, o município conta com 460.313 habitantes, sendo 12.512 com 80 anos ou mais e, entre eles, 5.873 com 85 anos ou mais. Especialistas apontam que a longevidade com qualidade de vida depende de uma rotina ativa, interações sociais e cuidados com a saúde física e emocional.
De acordo com o médico Ivan Aprahamian, especialista em Clínica Médica, Geriatria e Psiquiatria, “interação social e uma rotina ativa são os principais fatores, seguidos por atividade física regular de duas a três vezes por semana e cuidado com prevenção e tratamento de doenças crônicas”. Ele ressalta ainda que “30% dos idosos estão desnutridos; entre 10% e 20% sofrem de perda muscular (sarcopenia), o que limita a mobilidade e pode levar a quedas; além disso, demência e depressão são comuns e associadas a um prognóstico ruim. Também é essencial manter a visão e a audição em dia, controlar doenças crônicas e usar o mínimo necessário de medicamentos”.
O geriatra Ivan Aprahamian reforça a importância da rotina ativa, convívio social e cuidados com a saúde
A saúde emocional tem papel importante no envelhecimento ativo. “O estímulo psicossocial continuado, ou seja, interação ativa com outras pessoas e a estimulação de aquisição de informações e rotinas ativas é fundamental”, afirma o médico. Para ele, ainda faltam programas públicos voltados à promoção dessa fase da vida, cabendo aos familiares e profissionais de saúde estimular a participação dos idosos em centros e atividades que ofereçam esse enriquecimento.
“Me sinto bem, estou disposto aos 94”
Aos 93 anos, Joaquim Geronymo Sabino é exemplo de vitalidade e motivação. Atleta de longa data, participa de competições e segue treinando regularmente. Para ele, o segredo está em hábitos saudáveis. “Sempre gostei. Motivação é saúde, me sinto bem ao fazer exercícios”, incentiva. Orgulhoso da própria trajetória, diz que “Não imaginava, estou muito feliz em chegar com 94 anos e disposto”. Joaquim credita parte da sua vitalidade ao apoio da esposa: “Me alimento de forma saudável e na hora certa, não consumo álcool, nem fumo. Tenho uma esposa de 90 anos que me apoia, cuida de mim e me admira muito”.
“Deus me deu a vida e vou aproveitar”
Madalena Martins Gomes tem 88 anos e esbanja disposição. Praticante de caminhada e ginástica, ela se prepara para sua terceira participação em competições de atletismo. “A primeira vez que competi ganhei duas medalhas de ouro”, conta. Há cerca de um ano e meio no esporte, Madalena não tem medo de ir ao médico. “Não tenho nada, o segredo está na alimentação”. Sobre sua superação, relembra “Tive leucemia, faz seis anos. Deus me deu a vida e vou aproveitar. Fui muito bem atendida, mas sem Ele, nada feito”.
“Se ela vem, eu tenho que ir junto”
Aos 90 anos, Ederzira Cardoso mantém uma rotina ativa ao lado da amiga Madalena. Unidas há mais de 30 anos, as duas vizinhas compartilham não só as atividades físicas, como também viagens e a vida. “Onde uma vai, a outra vai”, diz Ederzira. Foi ela quem incentivou Madalena a começar na ginástica: “Convidei para fazer companhia e ela ficou. Agora, se eu venho, ela tem que vir junto”. A amizade e a parceria são combustíveis para a vitalidade das duas, que mostram como o convívio e o incentivo mútuo fazem toda a diferença no envelhecimento com qualidade.